Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Ferroviários do Rio entram em greve por tempo indeterminado


Flávia Villela

Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A greve dos ferroviários do Rio de Janeiro, iniciada hoje (13), estava prevista para durar 24 horas, mas agora não tem data para terminar, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Central do Brasil, Valmir Índio Lemos. Ele alega que não há condições de segurança para os funcionários e passageiros. Diz ainda que a concessionária Supervia, que administra os cinco ramais de trens que passam por 11 cidades no Rio de Janeiro, recusa-se a dialogar.

“Queremos que a Supervia invista efetivamente no sistema ferroviário. É comum haver trens com problemas nos freios, é comum haver problema com sinalização. Isso está causando uma intranqüilidade muito grande para a categoria”.

Segundo ele, pelo menos uma vez por semana ocorre um acidente de trem e os maquinistas são quase sempre responsabilizados.

O presidente do sindicato acusou a empresa de demitir injustamente dez maquinistas que aderiram à greve e de ameaçar com a perda do emprego funcionários que participarem da greve. “Ainda assim, a adesão foi de quase 85%”, disse Índio.

A Supervia informou que está buscando na Justiça o fim da paralisação. Segundo o diretor de Marketing da empresa, José Carlos Leitão, dos cerca de 320 maquinistas apenas 30% aderiram à paralisação. Ele afirmou que as recentes demissões ocorreram devido a atos de indisciplina e insubordinação. Leitão garantiu que os argumentos do sindicato de que há insegurança nos trens são infundados e que o propósito da paralisação é exigir aumento salarial.

Cerca de 250 mil pessoas foram prejudicadas com a falta de trens que liga principalmente a zona oeste e Baixada Fluminense ao centro da cidade. Dos cinco ramais que operam, dois estão fora de operação (Belford Roxo e Saracuruna). Os ramais de Deodoro, Santa Cruz e Japeri operavam com intervalos irregulares durante toda a manhã de hoje.

A greve dos trens complicou as principais vias de acesso ao centro do Rio, já que muitos tiveram que encontrar outros meios de transporte para ir trabalhar. Foi o caso de Diego Silveira, que todos os dias toma o trem na estação de Edson Passos, mas que hoje optou pela van. “O horário do trem está variando e hoje preferi acordar mais cedo e pegar uma van para chegar no serviço no horário certo”.

Pela manhã, os representantes do sindicato se reuniram com integrantes da Agência Reguladora de Serviços Públicos concedidos de Transportes do Estado do Rio (Agetransp) para apresentar denúncias de falta de segurança nos trens.

Índio informou que às 18h os ferroviários farão uma assembléia, mas descartou o fim da paralisação. Amanhã, às 10h, haverá uma passeata, que começará na Central do Brasil e vai até a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Na quarta-feira, o sindicato se reunirá com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que financia projetos de melhoria nos serviços ferroviários do Rio.