Ozébio Réquia, presidente do Sindicato, e Marco Antonio Mota, sociólogo e coordenador dos cursos de capacitação sindical da Fedração dos Metalúrgicos
A formação e capacitação de dirigentes sindicais é uma das prioridades da Federação dos Metalúrgicos, que congrega 54 sindicatos da categoria no Estado de São Paulo. Nesse sentido, entre os dias 7 e 8 de dezembro, os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi Mirim participam de Curso Básico de Formação. O curso, realizado na sede do Sindicato, é estruturado em quatro eixos: História do movimento operário, noções básicas de economia, o Direito do Trabalho (individual e coletivo) e comunicação sindical.
Para Claudio Magrão, presidente da Federação, “a capacitação de dirigentes sindicais é essencial na luta histórica entre o Capital e o Trabalho. Quanto mais dirigentes atuantes e preparados cada vez mais combateremos eventuais abusos por parte dos patrões e ampliaremos nossa consciência de classe”, destacou.
Marco Mota, sociólogo e coordenador de formação sindical da Federação, apresenta e debate temas como: transição do modo de produção da Idade Média (feudalismo) para o capitalismo (Revolução Industrial); Formação dos ideais de lutas operárias na Europa; Conjuntura histórica do Brasil (abolição dos escravos); processo “industrialização” e imigração de europeus ao Brasil; as primeiras noções de sindicalismo; a Era Vargas (1930); Consolidação das Leis do Trabalho.
Além de compreender os desdobramentos históricos para a formação da classe operária no Brasil e no mundo, Mota apresenta noções básicas de economia (do insumo à produto no mercado). Objetivo é que o dirigente sindical, que também é um trabalhador, compreenda melhor o sistema de produção.
Consolidada a noção de indústria com a Revolução Industrial surgem as primeiras noções de organização de trabalhadores e consequentes lutas por melhorias. Os trabalhadores passam a questionar o sistema de produção, lutam por melhores condições e a reivindicar direitos.
Inicia-se, num duro embate entre o Capital e Trabalho, regulamentações que formarão o Direito do Trabalho. Nesse sentido, Dr. Eddy Gomes, assessor jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi Mirim apresenta sobre as principais conquistas trabalhistas garantidas na Legislação e a necessidade do dirigente sindical ter amplo conhecimento sobre elas. A questão é: como ser dirigente sindical sem conhecer a legislação trabalhista?
Para Dr. Eddy Gomes, “é importante debatermos esses temas para que realmente o Direito seja aplicado e reconhecido pela Justiça do Trabalho, dando efetividade para as demandas trabalhistas, ou seja, para não ficar no ´ganhar mas, não leva´”, destaca.
Na terceira etapa, Ricardo Flaitt, assessor de imprensa da Federação dos Metalúrgicos e historiador, fala sobre a Comunicação Sindical. A formação da imprensa sindical no Brasil; os desafios para se estabelecer uma comunicação operária nos primórdios; estruturação dos meios de comunicação; a importância da imprensa sindical (informação e formação como base); as novas tecnologias; os desafios da comunicação sindical com as novas plataformas de comunicação e a necessidade dos dirigentes e entidades de compreenderem e se adaptarem à nova linguagem surgida com o mundo virtual.
Para Ozébio Donizeti Réquia, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi Mirim, “a entidade tem a obrigação de aparelhar o dirigente sindical e ampliar sua consciência de classe para uma atuação mais efetiva”, destacou.
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