Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Falta de acordo com comerciários pode afetar vendas do Dia da Criança em SP


Marcelo Rehder

A queda de braço entre sindicatos de trabalhadores e de empresas em torno do aumento de salários traz transtornos cada vez maiores à população. A greve nacional dos bancários, que hoje completa 14 dias, fez o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspender o leilão de cinco imóveis no Estado de São Paulo que seria realizado hoje na capital paulista.

O motivo é que a greve impede os interessados de recolher os valores da caução. Uma nova data para o leilão está prevista para 29 de outubro.

O INSS já leiloou este ano 21 imóveis no Estado e arrecadou R$ 3,8 milhões. Os valores obtidos com a venda dos imóveis se destinam ao Programa de Expansão da Rede de Atendimento (PEX) da Previdência Social. O objetivo é criar agências de atendimento em cidades com mais de 20 mil habitantes nas quais a Previdência não tenha nenhuma unidade própria.

Além de enfrentar filas para pagamentos, saques e recebimento de benefícios em casas lotéricas e serviços de autoatendimento dos bancos, o paulistano pode ter problemas na hora de comprar presentes para o Dia da Criança.

Sem acordo para o reajuste salarial dos comerciários, as lojas não podem abrir suas portas no feriado de 12 de outubro. Isso porque a Lei 11.603/07 proíbe a abertura do comércio nos feriados sem assinatura de acordo entre a entidade patronal e o sindicato da categoria.

“Não temos interesse de prejudicar a população”, diz Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Ele aconselha o consumidor a ir às lojas no sábado e não deixar para a última hora a compra de presentes para o Dia da Criança.

Patah negocia em nome de 430 mil comerciários na capital paulista. Com data-base em 1º de setembro, eles reivindicam reajuste salarial de 7%. Os comerciários querem ainda o fim da revista de funcionários nas lojas e a redução da jornada nos fins de semana, de três para apenas dois domingos mensais, entre outras reivindicações. “Chegamos a um impasse, porque a entidade patronal não quer negociar um acordo”, disse Patah.

METALÚRGICOS

Cerca de 7 mil metalúrgicos de dezenas de empresas da zona leste da cidade de São Paulo participaram ontem de ato de mobilização da campanha salarial, organizado pelo sindicato da categoria, ligado à Força Sindical.

Os trabalhadores aprovaram proposta indicativa de greve a partir do dia 19 deste mês, caso os negociadores das empresas não apresentem proposta satisfatória às reivindicações da categoria.

Os metalúrgicos da Força querem 10% de reajuste salarial e jornada de 40 horas semanais, entre outras reivindicações. A campanha salarial envolve 800 mil metalúrgicos no Estado de São Paulo.