OS TRABALHADORES MANTIDOS TERÃO FÉRIAS COLETIVAS; PARA O SINDICATO O MOTIVO DAS MEDIDAS É A CRISE MUNDIAL
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região registrou entre outubro e novembro 793 demissões em fábricas de eletroeletrônicos da região. De acordo com o sindicato, nove empresas anunciaram os desligamentos de parte dos funcionários. Além disso, 14 fábricas concederam férias coletivas ou reduziram a jornada de trabalho para diminuir o ritmo de produção.
Para o sindicato, o motivo para os cortes seria a crise que afeta a economia em todo o mundo. “Nos últimos três anos, as empresas tinham apenas uma pequena parada no Natal”, disse Jair dos Santos, presidente do sindicato.
“Medidas como as tomadas agora costumam ser um indicativo de que virão mais demissões”, completou.
A empresa que mais demitiu foi a Foxconn, que teve 560 trabalhadores desligados em novembro. “Diminuir o ritmo de produção e reduzir o pessoal é normal nessa época”, disse Humberto Muzel, responsável pelas relações trabalhistas na Foxconn. “O efeito da crise deverá ser sentido mesmo no começo do ano que vem, quando esses trabalhadores não forem reincorporados, como normalmente costuma acontecer”, destacou.
A Samsung, que dará férias de 30 dias para toda a fábrica a partir de 9 de dezembro, e a KSB, que vai conceder férias vencidas a seus funcionários, afirmaram que nenhuma das medidas tem relação com a crise. A Bosch Freios também confirmou as informações do sindicato. As outras empresas que teriam cortado funcionários ou dado férias coletivas não responderam à reportagem ontem.
Caminhões
A montadora de caminhões Iveco anunciou ontem que vai conceder férias coletivas de 30 dias a seus empregados a partir de 15 de dezembro.
Segundo a empresa a parada não tem relação com a crise mundial e os trabalhadores sempre teriam férias nesse período. (Bruno Saia)