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Eventual candidatura de Ciro ao Planalto não fragiliza Dilma, diz Tarso

Ardilhes Moreira
Do G1, em São Paulo

Foto: Leonardo Soares/AE

O ministro da Justiça, Tarso Genro, participa da primeira Caravana da Anistia de 2010 no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e de Mogi da Cruzes.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, participa da primeira Caravana da Anistia de 2010 no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e de Mogi da Cruzes. (Foto: Leonardo Soares/AE)

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse na manhã desta quinta-feira (4) que a intenção do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) de apresentar sua candidatura à Presidência da República deve ser respeitada.

Tarso afirmou ainda que uma eventual candidatura de Ciro ao Palácio do Planalto não fragiliza as pretensões da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que poderá disputar as eleições pelo PT.

“Eu entendo que a candidatura dele no primeiro turno não implica em fragilização da Dilma”, disse. “Agora, sua presença (como aliado de Dilma) fortalece”.

Genro deu as declarações após abertura de evento da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que realiza, na capital paulista, a 33ª Caravana da Anistia. Nesta tarde, serão julgados 88 pedidos de anistia de metalúrgicos e militantes perseguidos pelo regime militar.

Palanque

Na quarta (3), Ciro afirmou que só estará no palanque com Dilma em um possível segundo turno. A ministra havia dito no mesmo dia que gostaria de dividir o palanque com ele. O deputado reafirmou sua candidatura à Presidência pelo PSB e disse que só desiste se for um desejo do seu partido.

“(Dividir o palanque) No segundo turno é uma possibilidade muito real. Mais do que real, é certa, se depender da minha vontade. A ministra Dilma tem todas as qualidades e me honra com a lembrança, mas eu preciso, na defesa do interesse do povo brasileiro, apresentar minha candidatura”, disse o deputado, na quarta.

PMDB

Na saída do evento, o ministro Tarso Genro avaliou os primeiros momentos da corrida presidencial. Genro disse que PMDB tem o direito de indicar o nome do vice na possível chapa com Dilma.

Para ele, o PT tem direito de, privadamente, dar opinião e conversar. “O partido que vai participar da coalizão é que deve decidir. Nós não temos nenhuma preferência, nem devemos manifestá-la”, afirmou.

A participação do PMDB numa chapa com Dilma está prevista no acordo eleitoral firmado pelos dois partidos no ano passado. O texto não deixa claro, no entanto, a quem caberá a escolha do nome. O assunto virou polêmica após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o partido deveria indicar uma lista tríplice para Dilma escolher. 

´Pacificadora´

O ministro disse que o nome de Dilma para a disputa pelo Planalto foi uma escolha “acertada” do presidente Lula. “A intervenção do Lula apontando a Dilma foi correta. Foi a decisão que pacificou o partido em sua plenitude.”

Ele ponderou, no entanto, que o impacto de uma possível candidatura da ministra não deverá ser o mesmo visto nas campanhas anteriores do PT à Presidência. “Ninguém tem o carisma de Lula”, disse.