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EUA estão em recessão há um ano


Leandro Modé

O Escritório Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês) anunciou ontem, oficialmente, o que muitos americanos já vêm sentindo na pele: os Estados Unidos estão em recessão desde dezembro do ano passado.

A informação, em si, não surpreendeu os analistas. Mas a duração, sim. Afinal, já são 12 meses seguidos de retração, período mais longo desde 1981, ano que marcou a última grande recessão americana. Alguns especialistas avaliam que o processo recessivo atual poderá ser o mais duradouro desde a Grande Depressão.

Os EUA têm uma fórmula própria para definir recessão. Na maioria dos países, considera-se dois trimestres consecutivos de retração (ou crescimento negativo, em economês) do Produto Interno Bruto (PIB).

Nos EUA, o NBER leva em conta diversos indicadores de atividade econômica, entre eles o emprego e o desempenho de setores como o imobiliário. A entidade é privada, foi criada em 1920 e é composta por renomados economistas. Por suas fileiras já passaram 16 dos 31 americanos que ganharam o Prêmio Nobel de Economia.

“Uma recessão é um declínio significativo da atividade espalhado pela economia, durando mais do que alguns meses, normalmente visível na produção, no emprego, na renda real e em outros indicadores”, explicou um comunicado do NBER.

A entidade também informou que a recessão vai durar, ao menos, até o meio de 2009. Se isso se confirmar, serão quase 20 meses. A pior das últimas décadas foi a de 1980/81, que durou 16 meses. “Creio que temos um caminho a percorrer. Provavelmente será uma recessão longa e profunda”, disse Jeffrey Frankel, economista da Universidade Harvard que integra o NBER.

Segundo o relatório, a perda líquida de mais de 1,2 milhão de postos de trabalho entre janeiro e novembro foi o principal fator para determinar o processo recessivo. Na sexta-feira, o governo dos EUA divulgará o relatório do mercado de trabalho referente a novembro. A expectativa dos analistas é de que a taxa de desemprego tenha subido de 6,5% para 6,8%.

O porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto, disse que o governo está preocupado com o que “está sendo feito”. “A coisa mais importante, agora, é fazer os mercados financeiro e de crédito voltarem ao normal e continuar a fazer progressos no setor de moradia”, comentou.

MUNDO DESENVOLVIDO

Com a informação de ontem nos EUA, o chamado mundo desenvolvido está oficialmente em recessão. No meio de novembro, a Zona do Euro divulgou a primeira retração econômica de sua história. No dia 17 do mesmo mês, foi a vez de o Japão anunciar uma recessão. Em ambos os casos, o comunicado ocorreu após dois trimestres seguidos de queda do PIB.