Despertar o interesse dos jovens para assuntos do mundo do trabalho e para atuar nos sindicatos é um dos desafios que os sindicalistas enfrentam hoje, em escala mundial e será discutido nesta terça-feira (4) e quarta-feira (5) , no 4º Seminário Nacional da Juventude, da Industriall, na Colônia de Férias do Sindicato das Costureiras de São Paulo, em Praia Grande/SP.
O evento é organizado duas vezes por ano e neste 2º semestre está a cargo da Força Sindical, informa Roberto Anacleto, técnico do Dieese na CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), associada da Central. “O objetivo do projeto”, diz ele, “é fortalecer a participação e a capacidade organizativa dos jovens trabalhadores sindicalistas, ampliando e promovendo a formação em todos os níveis das organizações sindicais, em âmbito nacional e internacional”.
Trazer o jovem trabalhador para o sindicato é um trabalho muito difícil, avaliam os diretores mais novos que militam no movimento sindical. “A juventude é uma etapa da vida em que a pessoa está totalmente voltada para o mundo. Portanto é flexível e muda de opinião rápido, saem dos projetos e das empresas apenas por não gostarem do trabalho, enfim vivem mais o momento”, declara Cristina Rodrigues Cavalcanti, representante do Sindicato dos Brinquedos SP e dos químicos na Industriall Global Union.
A Industriall é uma entidade que representa 50 milhões de trabalhadores dos setores de minérios, energético e industrial que lutam por melhores condições de trabalho, além de direitos trabalhistas e sindicais.
Para Jéssica Cristina Leite, representante da área têxtil e pertencente ao sindicato da categoria de Londrina, a maioria declara não querer saber de política e que gostam de temas mais leves. “Uma alternativa é montar times de futebol para associados e não associados dos sindicatos para interagir e para eles irem aprendendo sobre o sindicalismo aos poucos”, destaca.
Maria Soares, assessora do Sindicato dos Trabalhadores em Vestuário de Maranguape (CE), afirma que a principal dificuldade dos jovens era ter voz. Agora já escutam mais os jovens.
Já Leonice Maria da Silva, do sindicato dos metalúrgicos de Jundiaí e representante da categoria, é uma prova que a entrada do jovem no sindicato é difícil mas não impossível. “Gosto do que faço”, conta ela. “Entro no trabalho às 13h30 e quando tem panfletos para distribuir fico atuando até 1 hora da madrugada”, ressalta.