A crise do setor sucroenergético vem provocando impactos negativos na economia de Piracicaba. A ausência de uma política consistente por parte do Governo Federal já fez com que mais de 40 usinas encerrassem suas atividades nos últimos anos no Brasil.
No sentido de estabelecer ações conjuntas em defesa do setor, o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba promoveu um encontro hoje (14), às 10 horas, no Centro Tecnológico, com Tadeu Morais, Secretário de Estado de Emprego e Relações do Trabalho de São Paulo, lideranças políticas, representantes sindicais e empresários locais.
O evento contou com a participação também de Eufrozino Pereira, Secretário-adjunto da SERT – Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo; e de Gabriel Ferrato, Prefeito de Piracicaba; Edmilson Domingues, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ribeirão Preto; Euclides Baraldi Libardi, presidente do Simespi; Fânio Luis Gomes, presidente do Conespi; Flavio Castelar, da Apla; Francisco Quintino; Diretor da Federação dos Químicos; Henrique Vianna de Amorim, diretor-presidente do Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool); Luis Carlos Veguin, Diretor Recursos Humanos, EAB (Etanol, Açúcar e Bioenergia) da Raízen; Sérgio Furtuoso, secretário Municipal de Trabalho e Renda; Tarcísio Angelo Mascarim, secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico; e
Marcos Farhat, Gerente de Marketing e Relações Comerciais Coplacana.
Para José Luiz Ribeiro, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e vereador em Piracicaba, “agora é o momento de unirmos todas as forças representativas do município para encontrarmos uma solução sólida frente à crise do setor. Não podemos ficar assistindo passivamente o desmonte gradual do setor e seus consequentes problemas como desemprego e desindustrialização”, destacou.
A crise do setor desencadeia um processo mais amplo e complexo, que não restringe a ampliar o percentual de etanol na gasolina. Esse fator é importante para estimular o setor, no entanto, a crise envolve o sucateamento das empresas que ainda estão em operação, a queda da produção do setor metal-mecânico, responsável pela produção de maquinários do setor sucroenergético. Com esses fatores combinados surge o desemprego e seus problemas sociais derivados, uma vez que a maioria dos municípios não tem como absorver a mão de obra ociosa.
De acordo com dados apresentados por Gabriel Ferrato, prefeito de Piracicaba, o setor de indústria de transformação vem decrescendo em Piracicaba e um dos motivos desta queda se dá pela indústria de máquinas, que possui vínculo com o setor sucroenergético.
Segundo representantes patronais, em Piracicaba, há cerca de 14.000 pessoas que trabalham no setor sucroenergético. De acordo com Henrique Vianna de Amorim, “precisamos de investimento, porque o setor está em baixa. Mesmo para manter as que estão na ativa está ficando complicado”, alertou.
AÇÃO CONJUNTA – O saldo do encontro é a elaboração de um documento conjunto, onde serão apontados os principais problemas do setor na região e possíveis medidas para que o Governo Federal estimule o setor sucroenergético.
O Secretário Estadual do Trabalho, Tadeu Morais, comprometeu-se em apoiar de forma total e irrestrita as ações do grupo formado em Piracicaba em defesa do setor e antecipou o agendamento de uma reunião com o governador Geraldo Alckmin. “O Governo do Estado de São Paulo vem promovendo uma série de medidas para incentivar a produção, no entanto, estas medidas precisam também de um respaldo do governo federal”, destacou Morais.
Por ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Ricardo Flaitt
Fotografia | Mateus Medeiros