Militantes metalúrgicos de longa trajetória de lutas e aposentados participaram de mais um encontro organizado pelo diretor Francisco José Campos à frente do Departamento de Memória Sindical do Sindicato.
O evento contou com a exibição de reportagens de TV sobre um protesto do Sindicato, em 1996, na defesa dos direitos dos trabalhadores das empresas Sofunge e Vicunha, trechos de um documentário sobre o assassinato do operário Manoel Fiel Filho, em 1976, pela ditadura, e uma palestra com a fonoaudióloga Ana Paula Campos sobre “Doenças degenerativas e zumbido”, com distribuição de uma publicação com dicas para as pessoas terem mais qualidade de vida.
Depoimentos
Miguel Torres, presidente do Sindicato, da CNTM e vice-presidente da Força Sindical, considera fundamental o movimento sindical contar a história das conquistas, para que as novas gerações saibam a verdadeira origem dos direitos sociais e trabalhistas que beneficiam e protegem os trabalhadores nos dias de hoje. “Precisamos também ter uma maior representação política, pois hoje os parlamentares são na maioria representantes dos patrões e ruralistas, que são os segmentos mais interessados em rasgara a CLT e acabar com estes históricos direitos”.
O deputado federal Paulinho, presidente da Força Sindical, falou sobre a transição política para o governo Temer, após o afastamento da presidente Dilma, sobre a continuidade da luta pela redução dos juros e retomada dos investimento no setor produtivo e sobre a proposta de legalização dos bingos, que poderá gerar muitos postos de trabalho e aumento da arrecadação para o governo aplicar, por exemplo, na Previdência, na Saúde e outros setores sociais. “Não aceitamos, pórem, uma reforma na Previdência que tire os direitos adquiridos, mas iremos colaborar, por meio do grupo de trabalho criado pelo governo, com propostas que melhorem o sistema previdenciário”.
Uma presença histórica foi a de Rafael Martinelli, 91 anos. Ele falou sobre sua vida como militante político sempre na luta pela democracia do Brasil. “É preciso manter a unidade em defesa da classe trabalhadora e sempre explicar o significa viver sobre regimes ditatoriais e mostrar a verdade para a sociedade brasileira”.
Elza Costa, diretora financeira do Sindicato, saudou os convidados como “os responsáveis pela construção da história da classe trabalhadora, que continua precisando de apoio para manter e ampliar as conquistas”. Os diretores Tadeu (vice-presidente do Sindicato), Valdir (Esporte), Leninha (Mulher), Luisinho (Sáude do Trabalhador) e Cláudio Prado (Políticas Públicas), entre outros diretores, também destacaram a disposição do Sindicato de resgatar e manter viva a história dos trabalhadores metalúrgicos e do sindicalismo brasileiro.
O diretor Campos encerrou o evento dizendo que o encontro de hoje foi um dos principais já realizados pelo Departamento de Memória Sindical pela expressiva participação e atualidade dos temas debatidos.
Por Val Gomes
Imprensa CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo