Redação Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Rossana Lana
Miguel Torres, presidente da CNTM, na reunião com sindicalistas dos metalúrgicos do ABC e empresários na Abimaq
Dirigentes sindicais e representantes de setores empresariais decidiram se unir e elaborar um documento que encaminharão ao Congresso Nacional e ao governo federal em defesa da indústria nacional, do desenvolvimento do País com abertura de empregos e distribuição de renda.
A deliberação ocorreu nesta segunda-feira (13/2), em reunião na sede da Abimaq – Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos -, na Capital. Seu objetivo foi dar continuidade à manifestação realizada na semana passada no centro de São Carlos, que reuniu milhares de metalúrgicos com os mesmos objetivos.
“Cada vez mais a sociedade prepara uma mobilização nacional contra a desindustrialização do País, causada por fatores como a importação desenfreada e a guerra fiscal entre os Estados”, disse Rafael Marques, vice-presidente do Sindicato, que participou do encontro.
“Precisamos tomar medidas urgentes e queremos negociar uma solução, pois cerca de 700 mil postos de trabalho deixaram de ser criados no Brasil apenas no ano passado”, comentou.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da CNTM, Miguel Torres, o movimento está crescendo e unindo cada vez mais o capital e o trabalho”.
Rafael Marques disse que defender a indústria e o emprego não é protecionismo. “Estamos cobrando do empresariado investimentos em modernização tecnológica, para que os produtos aqui fabricados possam competir em igualdade de qualidade e preço com os importados”, explicou.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, disse que a entidade vai levar essa questão para todos os sindicatos da categoria no País. “Vamos mostrar à sociedade a importância da preservação da indústria e do emprego no Brasil”, comentou.
Além dos sindicalistas, estiveram na Abimaq empresários dos setores de petroquímica, máquinas e equipamentos, têxteis, aço, peças, brinquedos e calçados.
Luta também é contra guerra fiscal
O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Melo Lopes, lembrou que, com a crise econômica mundial, as nações desenvolvidas estão buscando mercados emergentes para escoar seus produtos.
Por isso, ele classificou de inaceitável a política adotada por 11 Estados brasileiros de reduzir ou eliminar a cobrança de ICMS de produtos importados.
“É uma guerra fiscal entre os Estados que muda a política de importações do governo federal e inunda o País com produtos importados.”, protestou. Após as medidas as importações passaram, só no setor que representa, de 5% a 6% do consumo no País para mais de 20% em 2010.
O empresário afirmou que a solução para a guerra fiscal é a aprovação de projeto que está no Congresso retirando dos Estados a competência de fixar o ICMS dos produtos importados.