Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Empresários e centrais sindicais se unem em defesa da indústria nacional


Empresários e sindicalistas se uniram em defesa da competitividade da indústria nacional e devem encaminhar um conjunto de medidas ao governo para frear o processo de desindustrialização provocado pela valorização do dólar ante o real.
No topo da agenda que está sendo elaborada em conjunto pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, devem constar medidas consideradas “emergenciais” como a desoneração da folha de pagamentos das empresas, o fim da guerra fiscal entre os estados que concedem incentivos às importações.

O governo, por sua parte, já prepara um conjunto de medidas para promover a competitividade da indústria e amenizar o efeito cambial. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta segunda-feira que as propostas estão sendo estudadas pelos ministérios do Desenvolvimento, da Fazenda e de Ciência e Tecnologia, informa a reportagem de Ronaldo D´Ercole e Paulo Justus.

– As medidas vão renovar a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Já fizemos em março a prorrogação do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), também foi assegurado recurso ao BNDES para prover crédito para a indústria de serviços e infraestrutura. Agora, são necessárias medidas adicionais para melhorar a competitividade – disse ele, após participar de seminário em São Paulo.

Segundo Paulo Skaf, presidente da Fiesp, o dólar barato está roubando a competitividade da indústria, especificamente do setor de manufaturados, cujo déficit da balança comercial deve chegar a US$ 100 bilhões, contra US$ 70 bilhões em 2010.

Coutinho disse que o momento de valorização do real não deve ser tomado como algo irreversível pelo mercado. Segundo ele, a cotação da moeda está sujeita à conjuntura internacional. Uma melhora no desempenho das economias desenvolvidas, ou a percepção do mercado de que o ingresso de capital estrangeiro no país não está sendo direcionado para investimentos, podem mudar a tendência de apreciação da moeda, afirmou.

Para Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e representante da CUT, o país precisa passar a produzir itens com “mais conteúdo” e investir mais na qualificação de mão de obra.