LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A indústria de base Dedini, uma das que integram o polo sucroalcooleiro de Sertãozinho (interior paulista), propôs aos quase 1.800 funcionários a implantação de um banco de horas futuro para compensar as horas extras.
A medida, recusada em assembleia pelos funcionários, previa que as horas extras continuariam a ser realizadas, mas só seriam compensadas, por meio de folgas, após a passagem do “furacão” da crise econômica.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ribeirão Preto e Região, a proposta não foi aceita porque a empresa não deu garantias de manutenção dos empregos. “A Dedini não quis incluir essa cláusula. Sem a garantia de manutenção das vagas, seria como financiar a própria dispensa”, disse Elias Gaúcho Camargo, vice-presidente do sindicato.
A Dedini, uma das indústrias de Sertãozinho que deu férias coletivas, confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que propôs a implantação do banco de horas, mas não deu detalhes.
De acordo com o Ceise-BR (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético), medidas para amenizar os efeitos da crise serão debatidas com o sindicato e as indústrias. No entanto, a melhor saída é, segundo ele, reduzir a jornada, o que, consequentemente, provocaria queda salarial.
Desde outubro, segundo o sindicato da categoria, o saldo no quadro de trabalhadores é negativo: 600 postos de trabalho foram extintos. “A média é de 200 por mês”, diz Élio Cândido, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ribeirão Preto e Região.