Cerca de 100 trabalhadores metalúrgicos de Piracicaba vivem uma situação dramática, graças a um calote da empresa Enquip Engenharia e Equipamentos Hidráulicos, de Nova Friburgo, detentora, por terceirização, de serviços para a Petrobras, a estatal do petróleo brasileiro.
A Enquip recebeu o serviço, cujo destinatário é a Petrobras, através da Modec. A empresa fluminense, por sua vez, repassou os serviços de fabricação de fair leads e pinos, para a CMB de Piracicaba, realizando, assim, um processo de quarteirização.
O pagamento teve caminho semelhante, com a Modec recebendo da Petrobras, repassando para a Enquip. Mas, parou por aí. Segundo informações da direção da CMB de Piracicaba, as quais o Sindicato dos Metalúrgicos teve acesso, a Enquip usou parte do dinheiro recebido para pagamentos de dívidas e não repassou os valores devidos à CMB de Piracicaba.
Não é difícil imaginar que os trabalhadores piracicabanos foram os maiores prejudicados. Eles estão há dois meses sem receber salários e demais direitos e a CMB, segundo sua direção, sem condições de efetuar o pagamento, já que a mesma também não recebeu pelos serviços prestados .
O Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba foi acionado pelos trabalhadores, cobrou as explicações da CMB, se reuniu com a direção da empresa de Piracicaba, que forneceu todas as informações necessárias à entidade, que vai tomar as devidas providências, inclusive judiciais. A CMB também promete ir à Justiça contra a Enquip.
Além disso, o Sindicato deve realizar uma manifestação na sede da Enquip, em Nova Friburgo.
O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, Wagner da Silveira, o Juca, disse que esse é um exemplo danoso do processo de “quarteirização” de serviços que, “infelizmente, atingiu trabalhadores de Piracicaba”.
Muitos desses metalúrgicos estão em grave situação social devido à falta de pagamento e também de perspectivas de solução para o problema.