Estadão Online
O recuo de 3,5% nas vagas da indústria de São Paulo puxou a queda
Daniela Amorin, da Agência Estado
RIO – O emprego industrial recuou 0,4% em outubro ante setembro, na série histórica livre de influências sazonais, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o índice de média móvel trimestral mostrou queda de 0,1% em outubro.
Na comparação com outubro de 2010, o emprego industrial recuou 0,3%. A variação acumulada em 2011 indica acréscimo de 1,3%. No acumulado dos 12 meses encerrados em outubro, o emprego industrial subiu 1,6%.
Conforme o levantamento, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, recuou 0,9% em outubro ante setembro. Foi a segunda taxa negativa consecutiva, o que fez o número de horas pagar acumular uma perda de 1,7% em dois meses.
Na comparação com outubro de 2010, houve recuo de 1,0% no número de horas pagas, também a segunda taxa negativa consecutiva e a menor desde dezembro de 2009, quando foi de -1,4%. No acumulado do ano, houve avanço de 0,9%. Em 12 meses, a alta é de 1,4%.
Já o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, ajustado sazonalmente, recuou 2,2% em outubro ante setembro. Com esses resultados, o índice de média móvel trimestral mostra queda de 0,3% no trimestre encerrado em outubro.
Em relação a outubro de 2010, o valor da folha de pagamento real avançou 1,4% – o 22º resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação. No acumulado do ano, o indicador teve alta de 4,6%. Em 12 meses, o avanço foi de 5,1%.
São Paulo puxa queda
O recuo de 3,5% nas vagas da indústria de São Paulo em outubro foi o principal impacto negativo na taxa nacional do emprego industrial, que registrou queda de 0,3% no período. Em todo o País, houve redução no contingente de trabalhadores em seis dos 14 locais pesquisados.
Em São Paulo, houve corte de vagas em 15 dos 18 setores investigados, com destaque para as atividades de borracha e plástico (-12,3%), papel e gráfica (-8,2%), alimentos e bebidas (-3,5%), produtos de metal (-6,2%) e calçados e couro (-12,3%).
O Ceará (-2,9%) e Santa Catarina (-0,7%) também apresentaram reduções, sendo o primeiro influenciado pela queda de 6,3% no setor de calçados e couro, e o segundo por perdas nesta mesmo setor (calçados e couro, -18,2%), em madeira (-14,1%) e têxtil (-3,8%).
Entre os setores em nível nacional, o emprego industrial recuou em nove dos 18 ramos investigados, com destaque para calçados e couro (-8,6%), borracha e plástico (-6,5%), madeira (-11,1%), vestuário (-3,6%) e papel e gráfica (-4,6%).
Os setores industriais que ampliaram as contratações e contribuíram para reduzir a perda na taxa global de emprego industrial em outubro, em relação a outubro de 2010, foram alimentos e bebidas (2,7%), meios de transporte (6,1%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,0%) e máquinas e equipamentos (2,3%).