Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Emprego e renda ainda resistem, diz IBGE

Desemprego nas 6 regiões metropolitanas pesquisadas ficou em 7,6% em setembro e renda média aumentou 6,4% ante o mesmo mês de 2007

Jacqueline Farid, RIO

O agravamento da crise mundial em setembro não afetou o mercado de trabalho, que prosseguiu com alta no nível de ocupação, na formalidade e no rendimento médio dos trabalhadores. A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas foi de 7,6%, estável ante o mês anterior. A renda média real aumentou 6,4% ante igual mês de 2007, a maior variação em mais de dois anos.

Segundo o gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azeredo, os dados mostram que o mercado de trabalho ainda estava imune à crise. O argumento de Azeredo é que a taxa de desemprego ficou estável, “o que já era esperado”, a formalidade prosseguiu em alta, a renda média real mantém trajetória de expansão e o número de ocupados também cresceu. “Não há nenhum sinal de que o mercado de trabalho esteja sofrendo com a crise econômica.”

Em setembro, o número de ocupados cresceu 0,7%, o equivalente a 159 mil pessoas, ante agosto. Em relação a setembro do ano passado, foram criadas 729 mil vagas nas seis regiões.

Segundo Azeredo, só um cenário muito atípico evitará que a taxa de desemprego em 2008 seja a menor da série histórica, iniciada em 2002. A taxa média de desemprego de janeiro a setembro foi de 8,1% este ano, bem inferior à taxa média de 9,7% no período apurada em 2007. A taxa média em todo o ano passado foi de 9,3%.

Os analistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), no entanto, divergem da avaliação. Em relatório sobre a pesquisa do IBGE, eles dizem houve desaceleração no crescimento da população ocupada (de 3,7% em agosto para 3,4% em setembro) e na expansão do número de trabalhadores com carteira (de uma média de aumento mensal de 9% até junho para 6%).

RENDA

O aumento no rendimento médio real dos trabalhadores em setembro, para uma média de R$ 1.267,30 (mais 0,9% ante agosto e 6,4% ante igual mês de 2007) refletiu o recuo na inflação e aumento das contratações com carteira assinada, segundo Azeredo. Ele ressaltou também que o rendimento real na média de janeiro a setembro ficou em R$ 1.239,12, ou 3,2% maior do que a renda de R$ 1.200,72 no mesmo período do ano passado.