Entrevista: Chico do Sindicato
Chico do Sindicato
Em 2014, o partido Solidariedade entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ADIn (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 5090 solicitando a revisão da TR (taxa referencial) na correção monetária do FGTS dos trabalhadores.
Esta taxa causou perdas no FGTS dos trabalhadores com carteira assinada entre 1999 e 2013. O Sindicato dos Metalúrgicos de Mococa e Região também entrou com milhares de ações. Em 2018, porém, todos os processos foram suspensos. Mas tudo indica que a qualquer momento o STF voltará a julgar esta ADIn.
Nesta entrevista, Francisco Sales Gabriel Fernandes, o Chico, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mococa e Região e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de SP, explica como a entidade pretende agir com relação a este e outros temas.
Jornal – Na mais recente edição do jornal O Metalúrgico, vocês argumentam que é “fundamental que os trabalhadores e trabalhadoras não sindicalizados fiquem sócios, pois no momento em que o STF julgar favorável à classe trabalhadora, que é o que se espera“, o Sindicato ampliará a ação para que toda a categoria esteja amparada para recuperar as perdas e, com a correção, aumentar e até dobrar o valor atual nas contas do FGTS.
Chico do Sindicato – Sim. O novo processo que o Sindicato vai fazer será somente em nome dos sócios/sindicalizados que tiveram perdas no período de trabalho em que a empresa depositou o FGTS. Não importa o tempo de trabalho até hoje, ou seja, de 1999 a 2021. Aliás, todos os trabalhadores têm perdas, logo todos têm direito à correção pela inflação e não pela TR. Assim dá tempo de o trabalhador ganhar esta bolada!
Jornal – Desde o início da pandemia da covid, que infelizmente no Brasil já ceifou a vida de mais de meio milhão de pessoas, o Sindicato dos Metalúrgicos tem exigido das empresas e fábricas do setor a adoção permanente de medidas de proteção nos locais de trabalho contra a disseminação do vírus. Como é esta ação?
Chico do Sindicato – Nesta importante missão sindical e humanitária, a Vigilância Sanitária fiscaliza e notifica as que estiverem descumprindo normas e orientações.
Os diretores do Sindicato têm também um papel relevante. Vão constantemente às fábricas, verificam as condições de trabalho e exigem álcool gel, medição de temperatura, uso de máscara e distanciamento seguro entre os trabalhadores.
Estas ações ajudaram muito na prevenção e estão servindo de exemplo para outras categorias profissionais. Preservar a saúde e a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras e garantir qualidade de vida para a família metalúrgica sempre foram e continuam sendo nossas prioridades.
Jornal – Vocês participaram em 18 de junho do Dia Nacional de Mobilização nos Locais de Trabalho organizado pelas centrais sindicais em todo o País. Quais as principais reivindicações?
Chico do Sindicato – Em defesa do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, contra a fome e a carestia, por vacina já para todos, pela extensão do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, contra a reforma administrativa (PEC 32/2020), em defesa da Agenda Legislativa das Centrais, que está no Congresso Nacional, e pelo Fora Bolsonaro!
Jornal – É preciso chamar a classe trabalhadora para estas lutas?
Chico do Sindicato – Com certeza! A participação de todos os trabalhadores e trabalhadoras na luta dos sindicatos e das demais organizações populares é crucial para avançarmos na construção de um país democrático, desenvolvido, com trabalho e renda decentes. Precisamos estar unidos no combate à destruição das nossas instituições e dos nossos direitos. Faz parte do combate ao desgoverno Bolsonaro, como assinalam as centrais sindicais, “repudiar o obscurantismo, o negacionismo e as fake news e disseminar entre os trabalhadores e trabalhadoras a conscientização da gravidade da pandemia, bem como informações para que todos possam proteger a vida, não só a própria, como a de todos”.