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Economia brasileira cresce 8,9% no 1º semestre, maior alta em 14 anos

Estadão Online

No 2º trimestre, expansão do PIB do País foi de 1,2% ante o 1º trimestre, superando o teto das estimativas

Economia & Negócios 

SÃO PAULO – A economia brasileira cresceu 8,9% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2009, informou o Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 3. Foi o melhor desempenho histórico para um semestre desde o início da série, em 1996. Nos últimos 12 meses até junho, o PIB acumula alta de 5,1%. (Ao final do texto, leia a explicação sobre o que é o PIB.)

No segundo trimestre, a expansão do PIB foi de 1,2% ante o período de janeiro a março deste ano, superando as estimativas. Ainda segundo o instituto, o PIB do segundo trimestre somou R$ 900,7 bilhões. Segundo um levantamento realizado pelo serviço AE Projeções, com 42 instituições, a variação projetada pelos analistas para o PIB era de 0,30% a 1,12% em relação ao primeiro trimestre, já descontando os ajustes sazonais. A aposta média ficou em 0,70%.

Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o PIB apresentou alta de 8,8% entre abril e junho deste ano, resultado que também superou o teto das estimativas coletadas pelo AE Projeções, que variavam de 7,00% a 8,70%, com mediana de 8,00%.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), constituída principalmente por máquinas e equipamentos e pela construção civil, registrou alta de 2,4% no segundo trimestre de 2010, na comparação com os três primeiros meses deste ano. Em relação ao segundo trimestre de 2009, o indicador registrou alta de 26,5%, o maior crescimento nesta base de comparação desde o início da série histórica, em 1996.

Já a taxa de investimento (FBCF/PIB) registrou alta de 17,9% no segundo trimestre de 2010, contra 15,8% no segundo trimestre de 2009. Já a taxa de poupança bruta atingiu 18,1%, ante 16,0% do segundo trimestre de 2009.

O segundo trimestre foi marcado pela redução dos incentivos fiscais e pelo início do ciclo de alta e juros, para diminuir o aquecimento da economia e conter a inflação. Além disso, a Copa do Mundo afetou os negócios, especialmente nos dias de jogo da Seleção Brasileira. Nesse período, a produção industrial sofreu três quedas mensais seguidas.

No primeiro trimestre, o PIB subiu 2,7% em relação ao trimestre anterior e 9% ante o mesmo trimestre de 2009. Para os especialistas, esses números marcaram o auge dos incentivos fiscais e monetários, dados pelo governo para amenizar os efeitos da crise global.

 

PIB da indústria cresce 1,9% no 2º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria subiu 1,9% no segundo trimestre deste ano ante o trimestre imediatamente anterior, de acordo o IBGE. Ainda segundo o instituto, na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o PIB da indústria cresceu 13,8% entre abril e junho deste ano.

Segundo o instituto, o PIB da agropecuária subiu 2,1% no segundo trimestre ante primeiro trimestre. Na comparação com segundo trimestre de 2009, o PIB da agropecuária teve avanço de 11,4%.

Já o PIB do setor de serviços mostrou alta de 1,2% em base trimestral e, na comparação anual, avançou 5,6%.

 

Consumo das famílias avança 0,8%

O consumo das famílias cresceu 0,8% no segundo trimestre de 2010 ante o primeiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre de 2009, o consumo das famílias registrou alta de 6,7%.

Já o consumo do governo cresceu 2,1% entre abril e junho deste ano na comparação com os três primeiros meses de 2010 e subiu 5,1% em relação ao segundo trimestre de 2009.

 

Entenda o que é o PIB

O Produto Interno Bruto representa o total de riquezas produzido num determinado período num país. É o indicador mais usado para medir o tamanho da economia doméstica. No Brasil, o cálculo é realizado pelo IBGE, órgão responsável pelas estatísticas oficiais, vinculado ao Ministério do Planejamento.

O cálculo do PIB leva em conta o acompanhamento de pesquisas setoriais que o próprio IBGE realiza ao longo do ano, em áreas como agricultura, indústrias, construção civil e transporte. O indicador inclui tanto os gastos do governo quanto os das empresas e famílias. Mede também a riqueza produzida pelas exportações e as importações. O IBGE usa ainda dados de fontes complementares, como o Banco Central, Ministério da Fazenda, Agência Nacional de Telecomunicações e Eletrobrás, entre outras.

O PIB pode ser medido de duas formas, para um mesmo resultado. Quando o PIB é analisado pela ótica de quem produz essas riquezas, entram no cálculo os resultados da indústria (que respondem por 30% do total), serviços (65%) e agropecuária (5%).

Outra maneira de medir o PIB é pela ótica da demanda, ou seja, de quem compra essas riquezas. Nesse caso, são considerados o consumo das famílias (60%), o consumo do governo (20%), os investimentos do governo e de empresas privadas (18%) e a soma das exportações e das importações (2%).

(Com Alessandra Saraiva, Irany Tereza e Sabrina Valle, da Agência Estado, e Flávio Leonel e Marcílio Souza, de O Estado de S. Paulo)

Texto atualizado às 9h40