Marcos Verlaine*
As eleições municipais deste domingo (7) tiveram um componente novo – a exaustiva exploração de um tema que já foi julgado duas vezes pelos eleitores, em 2006 e 2010. O objetivo era desgastar o PT e aliados.
Mas dois resultados deram um xeque-mate no tema, pelo menos do ponto de vista eleitoral. Em São Paulo, Fernando Haddad (PT) vai disputar o segundo turno contra José Serra (PSDB). Havia uma grande expectativa de um dos dois ficar de fora da disputa.
Serra por conta da grande rejeição que tem e, também, em razão da desconfiança do eleitor, que teme que se eleito não vá concluir o mandato. E Haddad em razão do chamado mensalão.
Outro resultado foi o de Osasco, na grande São Paulo, em que o deputado João Paulo Cunha (PT) teve de renunciar em razão da condenação pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento, ainda em curso, do mensalão.
Com a renúncia, a grande mídia decretou o enterro da esquerda e, por conseguinte da possibilidade de uma virada na disputa. Pois bem, nada disso aconteceu. Concluída a apuração dos votos, o engenheiro Jorge Lapas, do PT, foi eleito com 59,76% dos votos válidos.
Jorge Lapas entrou na disputa pela prefeitura de Osasco há apenas três semanas, após a renúncia do então candidato, João Paulo Cunha. O engenheiro civil de 51 anos foi secretário de Obras e Transportes de Osasco, de 2005 a 2007, e secretário do governo por seis anos.
E, claro, a mídia fez pouco alarde, mas o tucano Celso Giglio não teve os seus votos computados porque sua candidatura foi impugnada pela Justiça Eleitoral de São Paulo. O candidato do PSDB até ingressou com recurso no TSE, mas aguarda o julgamento do caso.
Como se vê, o tema mensalão já esta desgastado. A oposição e a mídia podem até tentar explorar ainda mais o assunto, mas, estão longe de ter os resultados esperados, pois os eleitores estão atentos.
DEM
Embora ainda não haja números oficiais, a expectativa é que o DEM (ex-PFL) minguou ainda mais nesta eleição. Caso o deputado ACM Neto perca o segundo turno da eleição de Salvador (BA) para o deputado Nelson Pellegrino (PT), o partido terá que procurar novos rumos com vistas às eleições de 2014.
(*) Jornalista, analista política e assessor parlamentar do Diap