Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Duas táticas

Por João Guilherme Vargas Netto

Metalúrgicos de São Paulo e do Paraná começaram suas campanhas salariais deste ano com duas táticas diferentes pela forma de reivindicar e muito semelhantes nos pressupostos da conjuntura.

Em todos os casos constata-se a situação altamente positiva do setor, com aumentos de produção, de emprego (ainda que em ritmo menor que o primeiro), de vendas, de lucros e de produtividade.

As diferenças aparecem nas reivindicações imediatas e na condução das negociações.

Para os metalúrgicos de Campinas, São José dos Campos, Limeira e Santos (que fazem campanha unificada) o índice reivindicado de reajuste é 17,45% (5,80% de INPC + ajuste do INPC de 2,30% + produtividade projetada de 8,52%); são também exigidos o Piso salarial do Dieese, equiparação salarial, redução da jornada para 36 horas semanais, licença maternidade de 180 dias e auxílio-creche, organização no local de trabalho e fim do fator previdenciário.

Para os metalúrgicos da federação cutista (que inclui o ABC), as cláusulas econômicas, únicas a serem negociadas este ano, incluem a reposição integral da inflação, aumento real dos salários, valorização dos Pisos, jornada de 40 horas sem redução dos salários e licença maternidade de 180 dias.

Os metalúrgicos da grande Curitiba, filiados à Força Sindical, reivindicam 100% do INPC, aumento real superior ao do ano passado, abono salarial, Piso salarial, horas extras com 100%, adicional noturno de 30% para hora de 52,5 minutos, reajuste nos vales mercado, ampliação da tabela salarial e início da desterceirização.

As negociações já começaram: para a CUT, com as seis bancadas patronais e com um competente trabalho dos metalúrgicos do ABC na grande mídia; em Curitiba, serão precedidas por assembleias nas portas das grandes fábricas do Paraná, a partir de 2 de agosto; e estão agendadas para meados de agosto para Campinas e seus aliados.

Participam destas campanhas 450 mil metalúrgicos e 17 Sindicatos que têm todo o interesse em coordenar entre si (apesar das diferenças) e ampliar, com outras categorias que se mobilizam, uma grande campanha salarial unificada para o segundo semestre de 2010.

João Guilherme Vargas Netto é membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores