João Guilherme Vargas Netto,
consultor de entidades sindicais de trabalhadores
Na luta do povo brasileiro contra o coronavírus e dos trabalhadores para garantir sua relevância e a de seus representantes sindicais, dois nomes encarnam os procedimentos dos mais detestáveis adversários: Jim Jones e Gérson.
Jim Jones foi líder de uma seita de fanáticos que levou mil deles ao suicídio coletivo em 1978, na Guiana. Gérson, jogador meio campista e campeão do mundo em 1970, adquiriu uma fama lamentável (a chamada lei de Gérson) ao fazer propaganda do cigarro Vila Rica dizendo que “o importante é levar vantagem, certo?”.
Os Jim Jones querem violar as normas sanitárias e o isolamento social com mil e umas justificativas estapafúrdias sem amparo na ciência e sem se preocupar com as consequências que serão mortais. Os Jim Jones acham que a epidemia é uma “gripezinha”, que não pega em atleta, que o comércio precisa funcionar, que carreatas barulhentas e provocadoras mudarão o quadro. Os Jim Jones preparam a taça de veneno para o povo e o chamam de remédio miraculoso (obrigando o Exército a fabricá-lo).
O pior Jim Jones é o que demagogicamente apela para a desesperadora situação de trabalho (ou de não trabalho) do povo e não está nem aí para a necessidade urgente de fortalecimento do SUS, de auxílios emergenciais em dinheiro, em crédito, em eliminação de cobranças e para o reconhecimento do papel do Estado no enfrentamento da crise. O emprego e o trabalho para os Jim Jones é pregação oportunista e inconsequente. Eles dançam sobre cadáveres.
O segundo nome nefasto (com desculpas ao jogador) é o Gérson, da lei de Gérson, que vai para os que procuram tirar vantagem de tudo, até mesmo da desgraça de todos.
A lei de Gérson está a pleno vapor em alguns setores empresariais, em alguns agentes do mercado, em alguns burocratas e juristas, mais preocupados em salvar o seu o de sua classe do que em se solidarizar com os outros, em adotar medidas imediatas, corretas e fortes e em ampliar o campo dos que enfrentam a pandemia.
Ela contamina também alguns dirigentes sindicais (patronais e dos trabalhadores) que só pensam em ganhar algum dinheiro na desgraça, mesmo em detrimento daqueles que representam e ao arrepio da mais elementar compostura.
Abaixo os Jim Jones e a lei de Gérson! Viva o povo brasileiro!
João Guilherme Vargas Netto,
consultor de entidades sindicais de trabalhadores