Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Aposentados

Dilma veta 85/95 e cria nova regra

Diário de S. Paulo

Presidente estabelece fórmula progressiva para o cálculo das aposentadorias e acaba com o fator

A presidente Dilma Rousseff vetou, ontem, a criação de uma fórmula alternativa para o trabalhador fugir do fator previdenciário no momento da aposentadoria. A regra 85/95 havia sido aprovada tanto pela Câmara quanto pelo Senado, que agora terão a responsabilidade de analisar o veto.

Deputados e senadores podem derrubar a decisão da presidente e manter a fórmula que permite às mulheres se aposentarem com o salário integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição for 85, e 95, para homens.

Numa tentativa de sinalizar com a bandeira branca ao Congresso, Dilma editou, ontem mesmo, uma nova medida provisória que estabelece uma fórmula progressiva para o cálculo das aposentadorias.

Segundo o Palácio do Planalto, a nova conta “é baseada na mudança de expectativa de vida dos brasileiros e visa garantir a sustentabilidade da Previdência Social”.

A proposta apresentada pelo ministro da Previdência, Carlos Gabas, é, a partir da fórmula 8/95, corrigi-la anualmente até chegar a 90/100.

Os ajustes seriam feitos anualmente, a partir de 2017, quando chegaria a 86/96. A conta continuará subindo até atingir 90/100, ou seja, a mulher só poderá se aposentar sem perdas quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 90 e os homens, 100.

DERRUBADA/Logo após o anúncio do verto, a Força Sindical divulgou nota atacando o governo e reafirmando posição de que irá trabalhar para manter a regra 85/95 no Congresso.

“Agora só tem um caminho: derrubar o veto. Mais uma vez o governo vira as costas para as demandas e anseios dos trabalhadores”, criticou o presidente da central sindical, Miguel torres, que acusa Gabas de fazer terrorismo com os números da instituição previdenciária, insinuando inverdades sobre as aposentadorias e pensões.

O deputado Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), classificou o veto como uma afronta. “Afrontou, mais uma vez, milhões de trabalhadores, assim como deputados e senadores. Nós, do Solidariedade, do movimento sindical e dos aposentados vamos trabalhar para derrubar mais esse veto”, afirmou.