Os reajustes salariais dos metalúrgicos da Grande Curitiba tiveram uma evolução significativa nos últimos quatro anos, destacou o Dieese, nesta segunda-feira (27), durante a reunião da diretoria plena do Sindicato. Somente no acumulado do período de 2012 à 2014, os trabalhadores tiveram reajustes salariais em torno de 30% tanto nas montadoras como nos setores de máquinas e metalurgia (confira as tabelas do Dieese abaixo).
“Em termos de negociação salarial, os acordos conquistados pelos metalúrgicos de Curitiba são maiores que qualquer outro no Brasil. Mesmo com as adversidades do cenário econômico, o fato de ter uma categoria forte e um Sindicato bem organizado fez com que os trabalhadores conseguissem avançar muito bem não só na questão dos reajustes salariais com aumentos reais expressivos, mas também em outros benefícios como participação nos lucros, carreiras e redução de jornada”, destacou o economista do Dieese, Fabiano Camargo da Silva.
Aumento reais e acordos estendidos
A explicação para o avanço deve-se a luta travada para fechar acordos salariais com aumento real (reajustes acima da inflação). Enquanto, no acumulado, o INPC (inflação) ficou em torno de 18%, os aumentos reais garantiram os reajustes de 30% e a manutenção da renda do trabalhador. No acumulado, o aumento real foi de 9%, com a média anual de ganho ficando entre 2,5 e 3%.
Outro destaque dado pelo Dieese e que fez com que os metalúrgicos tenham conquistado ganhos expressivos foi a estratégia do Sindicato de fechar acordos de 2 e 3 anos.
“Nos últimos anos o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba tem sido uma referência nas negociações salariais não somente na questão do ganho real, mas também por negociar acordos por períodos mais longos. No momento que a gente vive no Brasil, de incerteza, crise e com uma dificuldade muito grande para as negociações, ter acordos já fechado, com aumentos reais de 2,5% e 3%, é muito importante, principalmente agora que a inflação está alta”, concluiu Fabiano.
Desde 2011, o Sindicato iniciou a modalidade de fechar acordos por empresa por um prazo de dois e três anos. Uma estratégia acertada e que, mesmo com a crise deste ano, fez com que os metalúrgico de várias empresas da Grande Curitiba já tenham garantido aumentos reais de 3% e 2,5% de aumento real tanto para 2015, como para 2016 (confira os acordos clicando AQUI).
“A estratégia de mobilizar a categoria para fechar acordos mais longos fez com que os metalúrgicos da Grande Curitiba tenham a sua renda preservada dos efeitos da inflação e da crise político-econômica. Isso foi fruto do planejamento, organização e da capacidade da diretoria do Sindicato de enxergar mais na frente e se preparar para situações como essa”, diz o presidente do Sindicato, Sérgio Butka.
Confira abaixo as tabelas do Dieese que mostram a evolução das negociações salariais dos metalúrgicos da Grande Curitiba: