Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

A Greve é um instrumento legítimo dos trabalhadores nas relações entre o capital e o trabalho. É um mecanismo extremo quando todas as possibilidades de negociação se esgotam e quando aqueles que vendem sua força de trabalho já não são respeitados em nenhum sentido. Dito isto, a Greve Geral convocada para o próximo dia 28 é mais do que justificada.

No caso, já não estamos falando apenas de um entrave comum entre patrões e empregados. Muito mais do que isso, a Greve do Dia 28 conclama o país a reagir diante de tantas mazelas que se colocaram no cenário político-econômico brasileiro nos últimos anos e que, agora, com o discurso absurdo de retomar o crescimento ou algo que o valha, o Governo apresenta a sociedade Reformas que penalizam exclusivamente aqueles que constroem a riqueza do país.

Afinal de contas, a Reforma da Previdência ou a Reforma trabalhista farão com que a corrupção e os desmandos da vida política no país acabem?  Será possível que a crise institucional em que o país foi colocado se resolverá tirando mais e mais direitos dos trabalhadores? Precarizar as relações trabalhistas ou praticamente extinguir o atual sistema previdenciário trará os milhões de postos de trabalho esperados ou tornará nossa população cada vez mais miserável e fragilizada diante de um modelo econômico voraz?

As dúvidas e questões são muitas e sem a clareza necessária de onde estão os verdadeiros problemas que nos trouxeram a tal situação, falar em Reformas já é algo complicado. Quanto mais as que estão colocadas para um Congresso Nacional absolutamente desacreditado, sem representatividade e desqualificado para fazê-las.

Como se vê, a Greve do Dia 28  se propõe a ir muito além de um movimento de massas que exige seus direitos garantidos por Lei. Pretende sim, colocar para todos os setores um grande alerta para o tipo de sociedade que queremos construir. Mais do que necessária para barrarmos pretensas Reformas, esta Greve é fundamental para refletirmos sobre a possibilidade de caminharmos rumo à Justiça Social ou ao “salve-se quem puder” desta geração e das futuras.

Nossa posição está bem clara. Vamos à Greve por entendermos que o Brasil possui todos os elementos necessários para atingirmos um patamar de bem estar social para todos. O momento é crítico e pede atitudes drásticas. Se deixarmos apenas nas mãos dos políticos e dos setores interessados em sugar todo o potencial desse país, estaremos sendo omissos e condenando o Brasil a eterna condição de submissão econômica e política diante do mundo.

Claudio Magrão
Presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo