Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Dezembro tem recorde de demissões em 10 anos

MÊS REGISTROU MAIS DE 650 MIL DISPENSAS, SEGUNDO DADOS DO MINISTÉRIO DO TRABALHO. SÓ EM SÃO PAULO FORAM 285.532 DEMITIDOS.

A piora na crise econômica levou o Brasil a registrar em dezembro do ano passado o pior resultado de empregos com carteira assinada em dez anos. Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram fechados 654.946 postos de trabalho no mês passado, o pior resultado desde 1999, início da série histórica do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Desde então, o pior desempenho era o de dezembro de 2004, quando houve o fechamento de 352 mil vagas formais de trabalho. “Nós nunca perdemos tantos empregos como em dezembro e isso [a crise] é o que provocou esse resultado”, afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

No balanço de 2008, foram criadas 1,452 milhão de vagas, resultado 10,2% abaixo do registrado em 2007 (1,617 milhão de vagas). O número se refere à diferença entre as contratações e as demissões realizadas no período.

O governo esperava que fossem abertos 2,1 milhões de novos postos de trabalho no ano passado, mas as demissões de novembro (40.821) e dezembro vieram acima da média e prejudicaram o resultado do ano. No entanto, o resultado de 2008 foi o terceiro melhor da série histórica, atrás apenas de 2007 (1,617 milhão de vagas) e 2001 (1,523 milhão).

O setor que mais demitiu foi o da indústria, que em dezembro fechou 273.240 postos. Lupi disse que dezembro foi o pior mês da história para o emprego na indústria. O setor agrícola fechou 134.487 postos, e o de serviços, 117.128. O comércio cortou vagas (15 mil) pela primeira vez no governo Lula.

São Paulo foi Estado o campeão de demissões no mês passado, com 285.532 cortes -44% do total, a maioria no interior. A Grande São Paulo teve corte de 63 mil vagas.

Os segmentos de suco de laranja e sucroalcooleiro aparecem entre os maiores perdedores. Por serem exportadores, foram fortemente sacudidos pela queda na demanda mundial por produtos.

Segundo Lupi, no mês de março deverá haver crescimento dos empregos formais.

(Juliana Colombo, FOL e FSP)