Fotos Paulo Segura
 Ao fundo, viaturas policiais no momento de votação da proposta de mobilização da campanha |
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo vai realizar nesta quarta-feira (19) mais uma assembleia de mobilização da Campanha Salarial, na zona sul da capital. A manifestação vai reunir cerca de 600 trabalhadores de quatro fábricas da região, a partir das 5h30, na Av. Abraão Gonçalves Braga, 404, Vila Liviero.
Na manhã desta terça-feira (18), a Polícia Militar interrompeu uma assembleia da campanha salarial com cerca de 800 trabalhadores de duas empresas na rua Cadiriri, zona leste da capital, e deteve arbitrariamente o presidente do Sindicato e da CNTM, Miguel Torres, e outros sindicalistas.
Miguel Torres, que também é o presidente em exercício da Força Sindical, estava de cima do caminhão de som, quando as viaturas se aproximaram. Um sargento no comando chegou querendo saber quem era o motorista do caminhão, dizendo que o carro estava obstruindo a via e que ia ser guinchado. Os sindicalistas argumentaram dizendo que o presidente já ia colocar em votação a proposta de mobilização da campanha, mas os PMS não quiseram esperar, insistiram na ação e acabaram sendo vaiados pelos trabalhadores. Neste momento, o sargento deteve Miguel Torres, o secretário-geral da Força, Juruna, o diretor David, do Sindicato, uma assessora e o motorista do caminhão.
Eles foram levados para o 18º DP, depois, para o 31º, na avenida Conselheiro Carrão, 2.580, na Vila Carrão, e liberados somente por volta do meio-dia.
OUTRA REUNIÃO – A detenção impediu Miguel Torres de participar de outra assembleia, às 10h, na Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, com os 54 sindicatos de metalúrgicos filiados no Estado. O objetivo da reunião era discutir a estratégia da campanha salarial dos metalúrgicos da Força e formas de apoio aos metalúrgicos do ABC e Interior, ligados à CUT, que estão com dificuldades nas negociações salariais e fazendo greve.
Para Torres, faltou habilidade e sensibilidade dos policiais. “Era uma assembleia pacífica, com trabalhadores uniformizados. Estávamos falando do momento econômico, da importância de lutar pelo aumento salarial e outros benefícios, da luta dos companheiros do ABC e fomos tratados dessa maneira injusta”, disse.
Segundo Torres, uma viatura policial já havia passado pelo local logo cedo, antes do início da assembleia, conversado com os coordenadores do Sindicato e ido embora. As assembleias de mobilização vêm sendo realizadas desde o dia 10 deste mês, nas várias regiões da cidade e em nenhuma delas houve confrontos.
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 Coordenador Bombeirinho |
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Juruna, secretário-geral da Força Sindical e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos
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