Nas 6 regiões pesquisadas pela Fundação Seade e Dieese, taxa ficou em 13,4% em outubro;para coordenadores emprego ainda resiste à crise
Anne Warth
A taxa de desemprego de outubro em seis regiões metropolitanas do País caiu para 13,4%. É o menor índice para um mês de outubro desde 1998, quando teve início a série histórica. Em setembro, a taxa foi de 14,1% e era de 15% em outubro de 2007. Os números são da pesquisa da Fundação Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Os impactos da crise que sacode o sistema financeiro global não foram sentidos no emprego dos brasileiros, segundo os coordenadores da pesquisa . De acordo com eles, a queda do desemprego no mês de outubro já era esperada e traduz um comportamento usual para o período, já que tradicionalmente, com o recebimento do 13º salário, os trabalhadores vão às compras.
“Felizmente a crise ainda não se manifestou nos dados de emprego que pesquisamos, tanto em São Paulo quanto nas demais cinco regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Porto Alegre , Recife, Salvador e Distrito Federal) onde a pesquisa é realizada. O mês de outubro foi, pelo contrário, muito positivo. O que era esperado, diga-se de passagem, pois no fim de ano, no Brasil, as pessoas vão às compras e o comércio fica muito ativo”, disse o coordenador de pesquisas do Fundação Seade, Alexandre Loloian.
“Provavelmente os efeitos maiores da crise venham no ano que vem, mas acho que é preciso lembrar que isso vai depender muito de como as medidas econômicas vão ser adotadas pelo governo para tentar proteger o Brasil desses efeitos. Efetivamente, o que pode acontecer é que se o País continuar crescendo a taxas entre 3% e 3,5%, provavelmente o emprego no Brasil será pouco afetado”, explicou a coordenadora do Dieese, Patrícia Lino Costa.
O desemprego caiu em todas as regiões pesquisadas, exceto no Distrito Federal, onde passou de 15,8% em setembro para 16% em outubro, e em Salvador, onde subiu de 19,7% em setembro para 20,4% em outubro. Em São Paulo, ficou em 12,5%, recuou de 1 ponto porcentual em relação à taxa de 13,5% em setembro. São 1,3 milhão de pessoas desempregadas, 108 mil a menos que em setembro.
RENDA
A notícia ruim do mês foi a redução em 0,5% do rendimento médio dos trabalhadores em setembro ante agosto, caindo para R$ 1.167. Na comparação com setembro de 2007, o rendimento aumentou 3,1%.
A massa de rendimentos, indicador que combina o nível de ocupação e o rendimento, permaneceu relativamente estável, com variação positiva de 0,3% ante agosto e forte alta de 8,7% ante setembro de 2007, resultado ligado ao aumento do emprego, já que o crescimento do rendimento foi menor.
NÚMEROS
2,6 milhões de pessoas estão desempregadas nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Seade e Dieese
1,3 milhão é a estimativa de desempregados na Região Metropolitana de São Paulo, são 108 mil a menos que na última pesquisa da Fundação Seade e Dieese