“Os efeitos nefastos da reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional estão avançando e marginalizando cada vez mais os trabalhadores e as trabalhadoras e suas famílias. A retirada de direitos trabalhistas e sociais, a mudança nas formas (precárias) de contratação e remuneração, a falta de investimentos na produção, associadas às notícias veiculadas pela mídia de forma oportunista, sobre o número de pessoas sem ocupação, alimentam a desesperança, oprimem quem já está passando por tantas dificuldades e tentam, descaradamente, reforçar que a reforma é boa e necessária.
Os dados recentes apontam para o “número recorde de 66 milhões de trabalhadores fora do mercado de trabalho”. Desse contingente, 12,9 milhões são chamados desempregados, pessoas que estão sem emprego, mas em busca de uma vaga. A mídia fala que esse dado preocupa porque indica um aumento no desalento e desistência diante da situação econômica. Alguém (governo, setores empresariais e financeiro) está fazendo alguma coisa para promover desenvolvimento e geração de emprego? Há interesse efetivo nisso?
Há um modo de reverter esse quadro? Creio que sim. Primeiro, se indignando. Não podemos ficar vendo um companheiro tombar sem reagir. Segundo, resistindo, se unindo, enfrentando e lutando. Nossa história registra que as “rebeliões trabalhistas” nasceram da exploração da mão de obra e das injustiças. E nenhuma conquista obtida pelos trabalhadores veio sem luta e sacrifícios. O momento pede luta, pois só a luta vai frear os ataques e os desmandos contra os direitos básicos dos trabalhadores.
O trabalho digno é um desses direitos. Então, vamos à luta!”.
Miguel Torres
presidente interino da Força Sindical e presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes