Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Desaceleração não impedirá criação de vagas

Folha SP

DO RIO

DE SÃO PAULO

 

A desaceleração econômica no segundo trimestre não deve ameaçar o bom desempenho do mercado de trabalho neste ano.

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), de janeiro a maio houve sucessivos recordes mensais na criação de vagas na comparação com iguais meses dos anos anteriores.

Nessa comparação, junho foi o segundo melhor resultado para esse mês na série histórica, iniciada em 1992. E julho, o terceiro.

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirma que, em agosto, o resultado também deve voltar a ser recorde para o mês.

Os dados do IBGE referentes ao emprego também são positivos. A taxa de desemprego em julho deste ano, de 6,9%, registrou o menor nível para o mês desde março de 2002.

Como a taxa tradicionalmente recua ao longo do segundo semestre, a expectativa dos economistas é que o indicador termine o ano no patamar mais baixo da série.

“A massa real de renda (descontada a inflação) continua crescendo e deve alcançar um pico lá pelo começo de 2011”, avalia a consultoria MB Associados.

Pelos seus cálculos, a renda deve subir 6,4% neste ano. Em 2011, um pouco mais de 5%.

 

2011

Para o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, não há muitas chances de a economia brasileira sustentar o ritmo de 2010 ao longo do ano que vem.

Segundo ele, o mais provável é que o crescimento em 2011 fique ao redor de 4%.

“Estamos sempre revendo nossas projeções [para 2011]. E devemos ter mais rodadas de reavaliações dependendo do comportamento da economia dos EUA.”

Depois de alguns meses de crescimento até acima do esperado no início do ano, a economia norte-americana, que é a maior do mundo, voltou a dar sinais de exaustão no segundo semestre.

Nas previsões da MB Associados, o PIB brasileiro deve crescer cerca de 4,5% no ano que vem, ante 7% em 2010.

Mesmo assim, a consultoria espera uma piora da situação das contas externas do Brasil, por conta de um saldo comercial (exportações menos importações) muito mais baixo em 2011. Ele cairia de US$ 16,2 bilhões neste ano para US$ 2,2 bilhões em 2011.

Se isso se confirmar, o Brasil precisará de quase US$ 70 bilhões do exterior no ano que vem para se financiar. (VF e FCZ)