Funcionários demitidos da empresa alemã Schulz no último dia 20, informaram em reunião realizada no dia 30, no Sindicato dos Metalúrgicos de Campos,que a empresa não efetuou o pagamento das verbas rescisórias. Segundo o presidente do sindicato, João Paulo da Costa Cunha, são cerca de 200 trabalhadores desempregados. Ele informou que no sábado, via internet, entrou com uma ação cautelar na Justiça do Trabalho pedindo bloqueio das contas e e do patrimônio da empresa como garantia do pagamento das rescisões, além de impetrar também na Justiça do Trabalho com uma reclamação trabalhista coletiva.
Um funcionário, que trabalhava como inspetor de qualidade e preferiu não se identificar, disse que todos os empregados foram pegos de surpresa. “A empresa alegou que não tinha mais mercado e começou a dispensar todos nós”, disse o empregado. Ele informou ainda que as dificuldades são grandes. “Como chefe de família, é muito complicado conviver com esta situação, e nesta crise que o país se encontra, arrumar um emprego vai ser difícil”.
Pedido de recuperação judicial
O presidente do sindicato disse que toda empresa, após demissão de funcionários, tem até 10 dias para pagar as rescisões, conforme prevê a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). “Acontece que este prazo chegou ao fim hoje (ontem) e a empresa ainda não efetuou os pagamentos”, comentou.
João Paulo esclareceu que a Schulz, num primeiro momento, entrou com pedido de recuperação judicial para garantia dos pagamentos das verbas rescisórias, que é de prioridade dos trabalhadores. “Nós convidamos os trabalhadores para explicar que, até onde se sabe, a empresa entrou na Justiça com um plano de recuperação da atividade econômica da empresa, evitando, então, o seu fechamento”, disse.
O presidente alegou que a Schulz tinha recursos para efetuar os pagamentos aos trabalhadores. “Acontece que alguns credores, entre eles bancos, entraram com protesto e títulos de execução de pagamento na Justiça e a empresa acabou quitando a dívida com os credores, deixando os funcionários demitidos de lado”, revelou.
A equipe de reportagem do jornal O Diário tentou contato com diretor da empresa, Lucas Vieira, mas ele não atendeu às ligações.
FONTE: diarionf.com