O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) anunciou na tarde desta segunda-feira (8), que não fará mais homologação e rescisões de contratos de trabalho dos empregados do setor sem que as montadoras justifiquem as demissões e demonstrem que a decisão foi tomada após exaustivas negociações.
“Avisem o trabalhador com antecedência, discutam possíveis alternativas, como a implantação do banco de horas – recurso pouco usado, férias individuais, coletivas. Vamos tentar garantir os empregos. Caso contrário, estaremos protegendo o capital em detrimento dos trabalhadores”, disse o presidente do SMC, Sérgio Butka.
Segundo ele, estes são alguns dos mecanismos que poderão ser adotados contra demissões nas montadoras – Volvo, Renault, Nissan e Volks-Audi – e nas demais empresas do setor. Butka afirmou que o sindicato vai pedir ao Ministério Público que chame as empresas e faça uma revisão das demissões já realizadas
“No início dessa semana, a Volvo anunciou a dispensa de 430 trabalhadores. Desses, 250 são funcionários com contrato temporário. Os outros 180 são efetivos. A empresa apontou como razões para o corte de empregos o desaquecimento das vendas internas, a redução das exportações e a previsão de que o mercado brasileiro de caminhões terá uma retração de 20% em 2009”, informou o representante digital.
De acordo com ele, a empresa Bosch, demitiu cerca de 800 trabalhadores desde o início desse ano. “Só essa semana, 200 funcionários foram dispensados da fábrica, que produz bombas injetoras e componentes para o sistema a diesel. A empresa alega que a crise afetou as vendas e principalmente as exportações, que hoje giram entre 60% e 70% da produção”, enfatizou. A unidade de produção da empresa em Curitiba tem hoje cerca de 4,5 mil trabalhadores.
Butka disse que as empresas estão se precipitando ao demitir alegando como motivo a crise financeira internacional. “Deveriam aguardar até o início do ano para ver como o mercado vai reagir”.
O sindicato representa aproximadamente 71 mil trabalhadores de Curitiba e Região Metropolitana,11 mil deles trabalham nas montadoras. Segundo o Dieese, para cada demissão em montadora, ocorrem mais 47 em outras empresas da cadeia produtiva.