“A desnacionalização é uma das explicações para o enfraquecimento contínuo da indústria brasileira. Ou seja, além de não estimular a indústria nacional, o País ainda abre portas para as multinacionais, oferecendo todo tipo de apoio, inclusive crédito farto, que é negado ao setor produtivo local.
Um dos setores mais afetados é o de óleo e gás, onde se incluem a Petrobras e toda a imensa cadeia produtiva de grandes, médias e pequenas empresas. Essa cadeia é geradora de milhares de empregos, além do que ajuda a desenvolver tecnologia nacional, sem o que País algum terá autonomia e soberania.
Desde o governo FHC, o Brasil tem o chamado conteúdo local para o setor de óleo e gás. Nos governos Lula e Dilma, essa cota cresceu. Porém, o atual governo tenta reduzir, drasticamente, a exigência de componentes nacionais, que cairiam de 60% para algo em torno de 20%. O setor produtivo brasileiro reage.
Dia 23 de janeiro, houve ampla reunião na Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) entre os empresários e entidades de engenharia de todo o País. Lá, se definiu por uma ação mais contundente em defesa do conteúdo local. O deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), que preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Engenharia e do Desenvolvimento Nacional, lerá manifesto dia 9, na Câmara Federal, denunciando o desmonte da nossa indústria.
Registro que o presidente da nossa Confederação (CNTM), Miguel Torres, esteve quinta (2), em Brasília, quando se reuniu com o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, para cobrar do governo garantia para o conteúdo local. Ou seja, para o patrimônio nacional e, principalmente, o emprego dos brasileiros.
Dia 15, reuniremos sindicalistas, empresários e poder público em nosso Sindicato, a fim de debater meios de superar a crise em nossas cidades e retomar o desenvolvimento. No centro desse debate estará, também, a defesa do setor fabril, especialmente a indústria nacional, que é pilar do desenvolvimento e da soberania nacional.
Conteúdo local, indústria nacional, mercado interno – todos esses nomes convergem para o mesmo ponto. Esse ponto é o desenvolvimento brasileiro. E esse é o ponto que deve unir trabalho, capital e todas as demais forças vivas da sociedade”.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical
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