Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Decisão sobre juros frustra trabalhadores, indústria e comércio, que pedem cortes na taxa

1.9.2010

Copom mantém Selic em 10,75% ao ano, após três aumentos seguidos

Do R7

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, anunciada nesta noite, de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,75% ao ano, interrompendo um movimento de alta que vinha desde abril, frustrou representantes dos trabalhadores, da indústria e do comércio, que queria o corte da taxa.

A manutenção da taxa, entretanto, já era esperada por analistas de mercado, em razão da desaceleração da inflação. O juro é usado pelo Banco Central para conter os aumentos dos preços, porque quanto mais alto ele está, mais caros ficam os empréstimos e financiamentos. Isso faz com que as pessoas peguem menos dinheiro emprestado nos bancos e gastem menos, reduzindo o consumo e, consequentemente, os preços.

Veja repercussão sobre decisão do Copom:

Força Sindical

Para a Força, a decisão do Copom “é decepcionante” e “uma queda substancial na taxa básica só traria benefícios para o país”.

– Enquanto todos os indicadores sinalizam para o crescimento econômico, inflação sob controle e queda no índice de desemprego, o Copom insiste em impor um forte obstáculo ao desenvolvimento. Infelizmente, mais uma vez, o governo se curva diante dos especuladores. Insistimos que a manutenção dos juros em patamares estratosféricos é contrária a qualquer projeto de estímulo da retomada do crescimento econômico.

CNI

Já presidente em exercício da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, espera que o Banco Central retome os cortes na taxa básica de juros, a Selic, a partir da próxima reunião do Copom.

– A manutenção dos juros em 10,75% ao ano frustrou as nossas expectativas. Esperávamos que o ciclo de redução dos juros começasse na reunião que terminou há pouco.

Firjan

Para a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) “a conjuntura econômica aponta um cenário de arrefecimento [redução] da inflação e do nível de atividade [produção]. Ao mesmo tempo, o crescimento e a maturação dos investimentos da indústria têm contribuído para expandir a capacidade instalada”.

– Ou seja, a demanda pode ser atendida sem pressão sobre os preços. Para o Sistema Firjan, é importante perseguir um ajuste fiscal de maneira a permitir uma retomada da queda da taxa básica de juros.

Fecomercio

Para o presidente da Fecormercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), Abram Szajman, a decisão do BC de manter a Selic indica erro do passado recente.

– Na prática, teria sido muito mais adequado não ter promovido aumento da Selic no início do ano. Desde então, o país está gastando uma fábula com juros enquanto a inflação não se move há mais de quatro meses.