COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Conlutas (ligada ao PSTU) são contra a proposta de liberar saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para trabalhadores que tiveram o salário reduzido por acordos com sindicatos.
Para a Conlutas, a iniciativa se vale do dinheiro acumulado pelo trabalhador para isentar as empresas de gastos com recursos próprios. “O governo foi bastante prestativo para socorrer as empresas, mas não para socorrer o trabalhador. O que ele quer é usar o dinheiro do próprio trabalhador para conter a crise. Esse dinheiro vai fazer falta se ele for demitido mais para frente. O governo quer fazer gentileza com o chapéu dos outros”, diz Zé Maria de Almeida, coordenador da Conlutas.
Já a Força Sindical, segunda maior central do país, atrás da CUT, aprova a iniciativa. Segundo Paulo Pereira da Silva, líder da associação, os saques poderiam recompor a renda do trabalhador durante os acordos.
De acordo com a CUT, o governo não deve estimular as empresas a adotarem esse tipo de acordo. Artur Henrique, presidente da central sindical, diz esperar que o governo crie obstáculos, e não incentivos, para esses acordos. “Nossa avaliação é que o governo deve criar obstáculos e que esses acordos só devem ser feitos a partir de uma série de critérios e só depois de um longo processo de negociação, em que a empresa comprova sua real situação.”