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O mercado de aços longos tem-se mostrado o menos vulnerável do setor, graças ao crescimento vertiginoso da construção civil no Brasil e em outros países em desenvolvimento, como China e Índia, segmento de grande consumo desse tipo de metal. De olho nesse filão, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por meio da sua subsidiária espanhola CSN Steel, concluiu ontem a compra das empresas Stahlwerk Thüringen (SWT) e Gallardo Sections. O valor da transação foi de 485,2 milhões de euros. A aquisição consolida a entrada da CSN no mercado de aços longos, também como parte de um plano de diversificação de portfólio.
No Brasil, a companhia está construindo uma planta em Volta Redonda (RJ), que deve ficar pronta no final deste ano. A unidade produzirá, inicialmente, 500 mil toneladas de aços longos por ano, para abastecimento do mercado interno. Em nota, a CSN informou que estuda ampliar a sua participação nesse segmento no País, com a instalação de outras plantas.
Hoje, a siderúrgica possui 5,6 milhões de toneladas de capacidade de produção de aços planos, direcionados principalmente para a indústria automotiva, que vem apresentando desaceleração. Cerca de 90% da oferta desse metal pela CSN são consumidas internamente.
A tarefa da siderúrgica presidida por Benjamin Steinbruch para ganhar o novo mercado, no entanto, passa pela competição com outra gigante do setor, a Gerdau, maior produtora de aços longos do País e a segunda maior do mundo, com capacidade anual em torno de 22 milhões de toneladas.
Para o economista da LCA Consultores, Wemerson França, ainda que haja um excesso de oferta de aço no mercado global, o ramo de aços longos anda particularmente bem, principalmente no Brasil. “A construção civil tem se mostrado bastante promissora no País, o que contribui significativamente para esse segmento da siderurgia, que vem apresentando os melhores resultados do setor”, diz o consultor.
O negócio faz parte de uma estratégia de internacionalização da CSN, que hoje possui unidades em Indiana, nos EUA, e em Portugal, através da Lusosider. A SWT é produtora de aços longos localizada em Unterwellenborn, na Alemanha, com capacidade instalada de 1,1 milhão de toneladas por ano. Seu mercado se baseia na Alemanha e no leste Europeu. Já a Gallardo Sections comercializa os produtos da SWT.
“Em meados do ano que vem, o mercado já deve se ajustar com essa nova configuração de players de aços longos, eliminando a possibilidade de sobreoferta”, diz França. Ele destaca que os jogos da Copa e da Olimpíada, no Brasil, trarão um aumento pujante da demanda nesse segmento.
juliana estigarríbia
