Responsável por um terço das riquezas de Niterói, a indústria naval é mais uma vítima da crise mundial.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da cidade, o setor demitiu, de outubro de 2008 a fevereiro deste ano, pelo menos quatro mil funcionários, ou 22,2% do universo de 18 mil empregados antes da retração do mercado.
Só nos estaleiros Mauá e Enavi & Renave foram dispensados 3.428 pessoas.
Na construção civil, outra atividade que puxa para cima a economia do município, o impacto no emprego, por enquanto, é menor, mas o ritmo de lançamentos já caiu à metade do primeiro semestre do ano passado.
Os dados negativos em Niterói acompanham uma retração geral da economia brasileira. Na semana passada, o governo anunciou uma queda de 3,6% do PIB do país no último trimestre de 2008 em comparação com os três meses anteriores.
Já o IBGE divulgou na quinta-feira uma redução de 1,3% do emprego na indústria em janeiro. E o estado do Rio apresentou sua primeira queda (-1,1%) após 15 meses de taxas positivas.
Em Niterói, o próprio prefeito Jorge Roberto Silveira admite que o abalo global atinge a cidade. Assim que assumiu o cargo, ele já havia contingenciado o orçamento em R$ 90,7 milhões por causa da queda da arrecadação do município.
“Eu tenho sempre que defender os trabalhadores, mas estamos vivendo uma crise séria. Evidentemente, as demissões que possam ocorrer não serão feitas porque querem perseguir o trabalhador. É uma crise mundial, e a prefeitura nada pode fazer”, diz Jorge Roberto. (Fonte: O Globo)