Desde o início do governo Bolsonaro, o Brasil tem sofrido tensões entre os Poderes da República que não eram vistas desde a redemocratização do país. Mas o estopim se deu na quinta-feira, 5, quando declarações e ações de Jair Bolsonaro (sem partido) levou o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, a cancelar reunião entre os chefes dos três Poderes. Trata-se de uma clara crise institucional provocada por quem deveria preservar o diálogo, sobretudo institucional, no país: o presidente da República.
Diante deste cenário, tão perigoso para a nossa nação, nós, da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região,- que sempre lutou em defesa da democracia e participou de forma enfática pela redemocratização do nosso país -, reforçamos que o autoritarismo, que Bolsonaro tem tentado propagar por todo país, apresenta sérios e cruéis riscos para toda sociedade e para o estado democrático de direito.
Reiteramos ainda que o presidente da República, neste momento, deveria ter as suas atenções voltadas a geração de empregos, a vacina em massa contra a covid-19, ao combate à fome e a miséria. Deveria mobilizar o seu governo para tratar do fortalecimento da indústria nacional, de melhorias para saúde e educação. Mas prefere insistir em declarações difamatórias contra a Justiça Eleitoral, membros do poder judiciário e da oposição.
Assim como o Poder Judiciário, representado por Fux, também entendemos que Bolsonaro não quer diálogo. Quando uma autoridade, como o presidente do Supremo, assume que o presidente da nação prefere o enfrentamento ao diálogo, toda a sociedade mergulha em retrocessos. Alertamos ainda durante o processo eleitoral que o atual presidente não era e não é qualificado para o exercício da presidência.
Somos contra os ataques de Bolsonaro aos Poderes Legislativo e Judiciário, que, junto do Executivo, e processos eleitorais periódicos e democráticos (com a participação da sociedade), formam os pilares da nossa democracia. Também estamos juntos de parte expressiva da sociedade, entre as centrais sindicais, juristas e empresários, que têm publicamente se colocado contra as ameaças de Bolsonaro às eleições. Bolsonaro usa de argumentos de fraudes eleitorais para defender o voto impresso, rejeitado na quinta-feira, 5, pela Comissão da Câmara dos Deputados que analisa a questão.
Afirmamos também a nossa luta contra a entrega dos patrimônios nacionais, por meio de privatizações, para o empresariado. Também nos colocamos contra ao desmatamento das nossas florestas, principalmente quando visam a grilagem de terras. Entendemos que só o povo organizado e nas ruas poderão por fim as atrocidades cometidas pelo atual presidente e seu governo. Bolsonaro e os seus não vão mudar, e, para o bem do Brasil e dos brasileiros, deve ser deposto.
Fora Bolsonaro!