Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Artigo

Crise, de quem?

A negociação salarial dos metalúrgicos já começou em todo o Brasil e mais uma vez ouvimos a palavra ‘crise’. 

As consequências dessa tão falada turbulência têm sido discurso recorrente da patronal entre ano e sai ano. As reuniões não começam sem antes uma demonstração de que o ano não está bom, as vendas não vão bem e os gastos são altos, tudo isso na tentativa de comprovar que a crise é real.

Os trabalhadores convivem há muito tempo com essa crise que os patrões dizem existir. 

A crise do trabalhador começa logo que ele nasce em um hospital público superlotado e carente de recursos para o bom atendimento. Os filhos dos trabalhadores aprendem que nem sempre é possível ir ao supermercado e encher o carrinho de compras. 

O trabalhador entende de economia?

Sim, e mais, faz malabarismos com o salário enquanto empresários se perdem nas próprias pernas bradando aos quatros cantos que a ‘crise’ fez o faturamento cair e defendendo ações que ferem o direto do trabalhador na tentativa de estancar as perdas.

O movimento sindical não vai aceitar retrocessos de direitos trabalhistas para que os patrões lucrem ainda mais sobre a força trabalhadora desse país. Pelo contrário, vamos ainda mais lutar pelas mudanças que queremos e que tragam decência ao trabalhador.

A nossa pauta de 40 horas semanais é mais atual do que nunca para proporcionar maior qualidade de vida ao trabalhador e geração de riquezas. 

Também continuamos a nossa busca pela igualdade racial e de gênero entre os trabalhadores com ações afirmativas locais, nacionais e globais, além da liberdade de expressão e democracia social. 

As questões que envolvem os trabalhadores brasileiros são muitas, mas ficamos somente ouvindo falar que a culpa é da ‘crise’. Nós vamos para a luta reverter o jogo. Nosso povo já demonstrou que tem força. A nossa própria central é Força para combater crises.  Portando, não  vamos aceitar discursos do primo rico dizendo que é pobre.”

Por Maria Rosângela Lopes
Presidente do SINDVAS – Sindicato dos Trabalhadores do Vale do Sapucaí e da FEMETAL – Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais