Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Crise: bancários protestam contra a retenção do crédito

Nesta terça-feira (4), a CUT e suas entidades protestarão, na capital paulista, contra a retenção do crédito por parte dos bancos. “A despeito de medidas recentes que aumentaram os recursos disponíveis, como a diminuição dos depósitos compulsórios, os bancos têm dificultado ainda mais a liberação de financiamentos, usando como justificativa a crise financeira internacional”, afirmam as entidades.

O ato ocorre diante da matriz do Banco Real – Av. Paulista, 1374 – a partir das 10 horas. No edifício está instalado o escritório do presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Fábio Barboza, a quem a CUT e seus sindicatos pretendem entregar uma carta. São aguardadas delegações de diferentes pontos da região metropolitana e do ABC paulista. A mobilização é uma iniciativa de bancários e metalúrgicos filiados à Central.

Na visão da CUT, os bancos têm recursos mais que suficientes para manter o fluxo de crédito produtivo, mas ao retê-los ou investi-los na compra de títulos públicos apostam na crise financeira, aumentam as chances de contaminação da economia real e querem ameaçar a manutenção e geração de empregos.

“O ato de amanhã servirá também como forma de alertar a população dos riscos que tal estratégia dos bancos traz para o Brasil e de expor a responsabilidade do sistema financeiro”, conclui nota das entidades.

Fusão de bancos

Embora não seja o tema central da manifestação, a fusão dos bancos Itaú e Unibanco, anunciada na manhã desta segunda (3), deverá aparecer com força na manifestação dos bancários da CUT nesta terça. Em nota oficial assinada pelo seu presidente, Paulo Pereira da Silva, a Força Sindical manifestou preocupação com a garantia dos empregos com o negócio entre as duas instituições financeiras.

“Esperamos que a medida não ocasione demissões no setor. É importante que o governo abra negociação com as centrais sindicais para evitar desemprego nesta área sensível, justamente neste momento de crise econômica internacional”, diz a nota.

Outra preocupação é com o monopólio do sistema bancário. “A fusão pode ser o início de uma concentração predatória, que poderá gerar monopólio num setor estratégico para o desenvolvimento do país. A concentração que não pode, em hipótese alguma, ditar as regras sobre taxas, tarifas e serviços bancários. Vale ressaltar que o setor produtivo já tem sido penalizado pelas altas taxas de juros.”

“Externamos também nossa preocupação com os cumprimentos dos contratos vigentes, principalmente as carteiras de previdência privada dos trabalhadores que depositaram confiança e parte de seus rendimentos nos últimos anos. É importante também que o Banco Central fiscalize com rigor esta reorganização dos bancos, de forma transparente para que um eventual ônus não seja pago por toda a sociedade brasileira”, conclui o texto.

Serviço

Ato pela liberação do crédito e em defesa do emprego – menos especulação e mais produção

Data: terça-feira (4)

Local: Av. Paulista, 1.374

Horário: a partir das 10 horas