A crise financeira internacional ainda não teve reflexos no mercado de crédito do Brasil. A afirmação é de Elcio de Lucca, presidente da Associação Latino-Americana de Crédito (Alacred), para quem ainda é cedo para mensurar quais serão os efeitos da turbulência sobre o setor no país.
De Lucca, que participou do World Consumer Credit Reporting Conference (WCCRC), no Rio de Janeiro, pondera que o aumento da inadimplência decorre da forte expansão do mercado nos últimos anos, e não dos efeitos da crise financeira. Segundo ele, em três anos, o mercado de crédito pulou de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) para 40% do PIB, o que torna natural o aumento da inadimplência.
“A inadimplência tem crescido porque no ano passado houve um crescimento muito grande do crédito. A crise ainda não causou problema de inadimplência”, afirmou o executivo.
De Lucca não quis estipular quais serão os efeitos da crise sobre o setor, mas ressaltou que o país tem bons instrumentos para conter os efeitos da turbulência financeira.
“A resposta do BC tem sido interessante, e o Brasil tem possibilidade de aplicar políticas que minimizarão os problemas. Mas os problemas virão, não tem jeito”, disse.