por Miguel Torres
Nada deste governo Temer levou o Brasil a melhorar os nossos índices econômicos e sociais. Pelo contrário, a estagnação persiste, a crise piora, o desemprego aumenta e o crescimento do emprego informal, sem carteira assinada, não tem fomentado o consumo nem a retomada do crescimento.
Portanto, a propaganda governista de que a economia vai bem é enganosa. Mas a sociedade brasileira está bastante madura e não tem caído não nesta ilusão. Até a mídia defensora da reforma trabalhista está abrindo o jogo e os olhos da população.
A Folha de S.Paulo, por exemplo, em sua edição de 26 de março de 2018, traz reportagem confirmando que sem a segurança do trabalho formal, baseado na CLT e na carteira de trabalho, e com a queda na renda mensal, as famílias vão bem menos às compras, desacelerando o consumo.
Os empresários que, por ganância capitalista e/ou falta de visão desenvolvimentista, apoiaram a terceirização sem limite e a reforma trabalhista deram um “tiro no pé”, pois o consumo é determinante em nosso País para o aumento da produção e do PIB (Produto Interno Bruto).
E os números não mentem! O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em 29 de março de 2018 uma pesquisa confirmando o aumento do desemprego no País. Temos hoje alarmantes 13,1 milhões de desempregados.
Todas as reformas impostas pelo governo e seus aliados no Congresso Nacional não foram saudáveis para a economia: os empregos prometidos não apareceram e os postos de trabalho criados sem a proteção social da carteira de trabalho longe estão de ser considerados de qualidade ou decentes.
Ao dizer “A Luta faz a Lei”, digo que estamos resistindo aos efeitos nefastos da nova legislação trabalhista e colocando em prática -nas portas de fábrica- ações que estão garantindo a manutenção das conquistas das Convenções Coletivas de Trabalho para os trabalhadores e mobilizando as bases em defesa do movimento sindical como instrumento fundamental na defesa de seus direitos trabalhistas, sociais e previdenciários.
“A Luta faz a Lei” não é um radicalismo vazio. É também um chamado para que o Brasil volte a ter um plano de desenvolvimento econômico, com valorização do setor produtivo, industrialização, geração de emprego de qualidade para todos, justiça social e respeito à soberania nacional, às riquezas do País, aos direitos, às diferentes posições políticas-ideológicas-partidárias e aos movimentos sociais e sindicais.
Os candidatos aos parlamentos, aos governos e à presidência da República devem dizer claramente de que lado estão: se do lado conservador, autoritário e atrasado ou se do lado progressista, democrático e desenvolvimentista. Nós, da classe trabalhadora, saberemos distinguir quem é quem e quem merecerá o voto popular nas eleições deste ano e nas próximas.
Miguel Torres
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM-Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e vice-presidente da Força Sindical
Fontes de pesquisa:
Folha de S.Paulo https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/03/emprego-informal-tira-forca-da-retomada.shtml.
IBGE https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/20675-pnad-continua-taxa-de-desocupacao-foi-de-12-6-no-trimestre-encerrado-em-fevereiro.html