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Copa impulsiona eletrodomésticos em maio


Rafael Rosas | Valor

RIO – A antecipação de compras de eletrodomésticos por conta da Copa do Mundo contribuiu para que o volume de vendas de móveis e eletrodomésticos subisse 19,5% em maio, na comparação com maio do ano passado, respondendo por 30,2% da alta de 10,2% das vendas do varejo. O maior peso do indicador, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou com hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, cujo volume de vendas cresceu 8,2%, com peso de 38,3% na composição do índice.

“Houve uma antecipação de compra de eletrodomésticos, principalmente TVs, para a Copa do Mundo, que aconteceu em junho. Além disso, o Dia das Mães e o contínuo aumento do crédito também contribuíram”, frisou Reinaldo Pereira, economista da coordenação de serviços e comércio do IBGE.

O técnico do IBGE ressaltou ainda que o aumento da massa salarial e a queda do desemprego também foram pontos importantes para a recuperação do varejo em maio. Se na comparação com maio do ano passado a alta de 10,2% significou a aceleração do ritmo de crescimento do volume de vendas em relação ao avanço de 9,2% de abril, na comparação com o mês imediatamente anterior houve alta de 1,4%, depois de uma queda de 3,1% em abril.

“No mês passado dissemos que a queda das vendas na margem havia sido pontual, um ajuste depois de seis meses seguidos de alta. Agora, o varejo volta a crescer”, disse Pereira.

Entre abril e maio, seis das nove atividades do comércio varejista registraram aumento no volume de vendas, enquanto em abril apenas duas tinham apresentado resultado positivo. Na série com ajuste sazonal observa-se ainda o efeito do fim da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Móveis e eletrodomésticos apresentaram queda de 0,3% no volume de vendas, a terceira baixa seguida.

Já o varejo ampliado subiu apenas 0,1%, em grande parte por conta da queda de 1,1% no volume vendido de veículos e motos, partes e peças, cuja desoneração do IPI acabou em março, o que já havia provocado um tombo de 13,3% no volume vendido em abril.

Apesar do fim do IPI, Pereira acredita que o resultado de maio indica que o varejo brasileiro recuperou um bom ritmo de crescimento.

“Certamente, quando há uma economia crescendo, espera-se que o comércio cresça”, destacou.