SÃO PAULO – A partir de hoje, as cooperativas do ramo de trabalho terão a oportunidade de iniciar o procedimento de obtenção do Selo de Conformidade Cooperativa para o Ramo Trabalho, oferecido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Novidade no setor, o selo será entregue às cooperativas que participarem do Programa Nacional de Conformidade das Cooperativas do Ramo Trabalho (PNC Trabalho). O projeto piloto já foi realizado com entidades dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Entre os objetivos do programa, estão a qualificação dessas cooperativas e a sua legitimação perante o mercado.
Dentre o conjunto de ações previstas pelo PNC Trabalho, a principal proposta consiste em submeter as cooperativas a auditorias. Assim, inicialmente as entidades serão examinadas quanto a sua adequação à legislação que as rege, e ao final do processo será feita uma avaliação para verificar se houve melhorias.
“O PNC vai dar mais transparência e proporcionar a participação mais efetiva do associado. Não se admite cooperativa que não faça assembleia e que não faça uma repartição justa. Com isso novos associados virão e as cooperativas com certeza terão ampliação de seu quadro social. Como não se sabe discernir o joio do trigo, com o selo você dá ao mercado um importante condicionante”, explica Evandro Ninaut, gerente de Mercados da OCB.
A OCB acredita que o Estado de São Paulo irá reunir o maior número de adesões ao PNC Trabalho, uma vez que 905 das 7.261 cooperativas brasileiras se encontram em território paulista.
A cooperativa Cooperminio, voltada à prestação de serviços na área de controle de acesso, foi a primeira paulista a receber o Selo do PNC. A entidade afirmou que já aumentou em 200% os seus contatos comerciais desde que aderiu ao projeto, há oito meses.
O presidente da Cooperminio, Eron Alves Feitosa, explica o sucesso do programa: ” Com o PNC tivemos mudanças de comportamento e acerto de conduta, como no convívio com o cooperado, que melhorou muito. A aproximação entre o dirigente e o cooperado agora está milimétrica e com certeza isso trouxe muita economia e agilidade”, elucida.
Além de melhorar a imagem da cooperativa no mercado, o projeto visa a melhorar a imagem das cooperativas perante o Ministério Público do Trabalho.
“O Ministério Público do Trabalho tem questionado o trabalho das cooperativas. Para haver diferenciação entre as cooperativas que entram em uma linha de qualidade, teremos a oportunidade de dizer quem está dentro da filosofia do cooperativismo”, comenta o gerente da OCB. Ninaut estima que as cooperativas devem gastar de R$ 4 a 10 mil no PNC. Ele ressalta, no entanto, que o investimento deve variar de acordo com o porte da cooperativa e com as despesas que cada entidade terá para ganhar o selo.
O representante nacional do Ramo Trabalho na OCB, Geraldo Magela, acredita que o PNC Trabalho terá papel fundamental no para fomento do cooperativismo no Brasil. Para ele, o pioneirismo do projeto poderá acarretar a sua projeção internacional.
“Temos com o PNC algo inédito no âmbito da OCB. Nossa proposta é, no passo seguinte à implementação do projeto, oferecer a oportunidade de participação às cooperativas a nível internacional, para que o PNC seja no futuro uma aliança das cooperativas das Américas e depois seja ampliado em âmbito mundial.”
priscila yazbek