Brasília, 19 de março de 2021
Ao Senhor Robson Braga de Andrade
Presidente Confederação Nacional da indústria – CNI
Diante do agravamento da crise sanitária causada pelo SARS-Cov-2, do colapso do sistema de saúde e dos hospitais, que colocou o Brasil como epicentro mundial do Covid-19, devido ao recorde de mortes em 24 horas, durante 20 dias seguidos;
Diante de mais de 300 mil mortes acumuladas, número atingindo justamente 1 ano após a primeira morte oficial registrada, de brasileiro por Covid-19;
Diante da incapacidade e negligência do Governo Federal de testar a população. Menos de 50% dos exames RT-PCR adquiridos pelo Governo Federal foram utilizados, 3,7 milhões desses exames perdem a validade entre abril e inicio de junho de 2021;
Diante do já conhecido descompasso entre oferta e demanda de vacinas no mundo, que pode levar um quadro de escassez absoluta de vacinas;
Diante do ritmo lento da vacinação, insuficiente para vacinar no primeiro semestre de 2021, inclusive os grupos prioritários relacionados no Plano Nacional de Vacinação (PNI), segundo estimativas, nesse ritmo, concluiríamos a vacinação no Brasil em 3 ou 4 anos, contabilizando centenas de milhares mortes;
Diante da baixíssima taxa de vacinação – no Brasil foram vacinadas, com ao menos uma dose, aproximadamente 5% da população;
Diante a oportunidade, ainda que tardia, de tornar a vacinação da população brasileira mais eficiente, eficaz e efetiva, ainda em 2021;
Diante da experiência do SUS em vacinação em massa da população, reconhecida mundialmente, inclusive pela Organização Mundial da Saúde- OMS;
Diante da necessidade urgente de se implementar estratégia sistêmica e republicana, coordenada pelo Ministério da Saúde de combate à Pandemia, através das medidas de prevenção, hospitalização, testagem e vacinação da população e dos trabalhadores;
Diante da necessidade, da centralidade; da distribuição universal, homogênea e equitativa das vacinas;
Diante da necessidade de mais detalhamento das definições e especificações dos grupos prioritários, sobretudo aqueles essenciais e prioritários para manutenção da saúde, educação, transporte, alimentação, segurança e produção industrial;
Diante do esforço de trabalho e de diálogo tripartite no âmbito dos Conselhos do Sesi e Senai;
Diante de ofício encaminhado pelos representantes dos Trabalhadores no âmbito do Conselho Nacional do SESI, manifestando a preocupação com relação ao cenário gravíssimo para 2021, inclusive sugerindo reunião extraordinária ainda em 2020;
Consideramos que o momento é gravíssimo e necessita de ação conjunta da sociedade, trabalhadores e representantes do setor empresarial, exigindo:
- Vacinação mais rápida possível para toda populção;
- Maior aporte de recursos ao SUS e restauração da gestão profissional do Ministério da Saúde;
- Reforço e maio rigor nas medidas de distanciamento social;
- Retomada da testagem e rastreamento de contatos, em linha com as melhores práticas adotadas em países cuja contaminação e mortalidade estão controladas;
- Implementação de Lockdowns coordenados, dento do possível, planejados e articuladas com objetivo de reverter às curvas de contágio;
- Revisão dos protocolos e das especificações de máscaras indicadas para as novas variantes do Coronavirus;
- Subsídio do Governo Federal para a produção e distribuição gratuita de máscaras adequadas para os trabalhadores da indústria e de toda a população;
- Apoio e aporte de recursos públicos emergenciais para trabalhadores e empresas, sobretudo micro, pequenas e médias empresas;
- Revisão e aprofundamento do debate sobre prioridade de vacinação para atividades essenciais, inclusive da indústria;
- Maior transparência dos dados sobre testagem, contaminações e vacinação (quanto ocorrer) dos trabalhadores(as) da indústria;
- Criação de Comitê Científico multipartite de crise no âmbito do Sesi/Senai e no âmbito federal, visando aperfeiçoar a tomada de decisão com relação às ações de combate à pandemia.
Assinam o documento:
Conselheiros representantes das Centrais Sindicais no Conselho do Sesi e Senai.
Alexandre D. Martins (UGT) – SESI
Aprigio Guimaraes (NCST) – SENAI
Arthur B. Camargo (NCST) – SESI
Francisca Trajano S. (CUT) SESI
Herbert Passos (FS) SESI
José Agnaldo Pereira (UGT) – SENAI
José Pereira dos Santos (FS) – SENAI
José Roberto Nogueira (Bigode) ( CUT)- SENAI
Osvaldo Mafra (FS) – SENAI
Paulo Chitolina (CUT) – SENAI
Quintino Marques (CUT) – SESI
Rogério Aquino (FS) – SESI
Valeir Ertle (CUT) – SENAI