DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
DA REDAÇÃO
A CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação), cinco federações estaduais de trabalhadores e a Força Sindical ingressam hoje com pedido formal no Cade para a realização de audiência pública a fim de discutir a criação da BRF.
O presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, disse que a nova empresa irá “”arrebentar” com as pequenas indústrias do setor, o que provocará a perda de 1 milhão de empregos.
A preocupação dos sindicalistas não são os mais de 100 mil empregos diretos gerados por Sadia e Perdigão, mas sim as pequenas indústrias, especialmente nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
Além do oficio ao Cade, os sindicalistas enviaram pedido de participação dos ministérios da Justiça, do Trabalho e do Ministério Público Federal na audiência pública para discutir a união entre Sadia e Perdigão.
Na opinião de Sergio Mobaier, diretor de marketing da Marfrig, a fusão “é uma tremenda oportunidade porque haverá grande concentração em algumas categorias de produtos, e os clientes, como supermercadistas e donos de padarias, não vão querer centralizar em apenas um fornecedor”. Para aproveitar o cenário, a empresa está adiantando projetos de lançamentos de produtos e focando no fortalecimento da marca.
Para o presidente da Associação Paulista de Supermercados, João Sanzovo Neto, o setor não será prejudicado. “Eles [executivos de Sadia e Perdigão] sabem da rapidez com que outras empresas podem crescer e ocupar espaço caso endureçam nas negociações.”
O presidente da Nestlé, Ivan Zurita, disse estar “preocupado” com a venda de produtos em que sofre forte concorrência, como achocolatado e iogurte. Quando questionado sobre a possibilidade de o Cade aprovar a transação que formará a BRF antes da definição sobre a compra da Garoto pela Nestlé, disse que o critério do conselho será essencial para definir se o Brasil é um país responsável.
Com o Valor Online