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Concorrência com importados reduz emprego no País, diz Lupi

O ministro analisou que a crise pode ter afetado também o ritmo de contratação no mês passado, principalmente na área da indústria de transformação

Célia Froufe, da Agência Estado

BRASÍLIA – A entrada de produtos importados no Brasil é o maior problema do mercado de trabalho do País hoje, na avaliação do Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. “O que diminui a empregabilidade do Brasil hoje é isso”, considerou, acrescentando que as últimas atitudes do governo para impedir a entrada de tantos produtos estrangeiros foram positivas.

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O ministro analisou que a crise pode ter afetado também o ritmo de contratação no mês passado, principalmente na área da indústria de transformação. Para ele, no entanto, o impacto da crise sobre o emprego foi mais de receio do que ação, já que empresários não chegaram a demitir, mas pausaram as admissões. “O que já tinha que acontecer já aconteceu.”

Na visão do ministro, tem muita gente querendo “ganhar dinheiro fácil” com a crise. “Mais do que a outra, esta é uma crise de especulação”, resumiu. Ele disse não entender como os Estados Unidos, que estão em crise, ainda são o porto seguro para muitos investidores. “Os Estados Unidos estão em crise, mas o dólar está aumentando e as pessoas estão comprando títulos americanos”, considerou.

Lupi também disse não compreender o vaivém das bolsas. “É tanta especulação junta, que tem dia que cai 9% e no meio da semana, já possui ganho real de 1%”. Ele previu que nesta semana haverá alta da bolsa.

Dado fraco

O ministro avaliou há pouco a geração de empregos com carteira assinada em julho, que ficou em 140.563, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). “Não foi tão bom quanto gostaríamos que fosse”, disse. Apesar de o saldo de julho ter ficado abaixo do resultado de junho e também ter sido inferior ao mesmo mês do ano passado, o ministro não admite que haja uma desaceleração na geração de empregos.

Lupi atribuiu o número menor a demissões no setor de Educação, por conta de férias escolares. O segmento apresentou um volume de desligamentos 8.289 maior do que o de contratações. Ele também citou a diminuição do ritmo da indústria do Sul e do Sudeste e do setor do agronegócio. “Foi abaixo do que aconteceu no ano passado, mas não é nada que signifique tendência”, disse. Em julho de 2010, o saldo foi de 181.796 novas vagas.

O melhor sinal para avaliar o mercado de trabalho, conforme Lupi, é a rotatividade. Apesar de um saldo mais tímido na geração de vagas de trabalho formais em julho, o número de contratações e demissões foi recorde para o mês. Os números apontam para 1.696.863 admissões em julho e 1.556.300 desligamentos.

Projeção

Lupi manteve há pouco a projeção de que o Brasil criará 3 milhões de empregos formais neste ano. A projeção do ministro abrange os trabalhadores com carteira assinada e os servidores públicos das três esferas do governo. No acumulado do ano até o mês passado, o volume de geração de postos de trabalho no âmbito da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) foi de 1.593.527.

“Mantenho a projeção de geração de 3 milhões de empregos formais”, afirmou há pouco. “Este ano, teremos comportamento diferente do visto no ano passado”, acrescentou, salientando que em 2010, o Estado não pôde contratar por conta das eleições. “Vamos ter acréscimo com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) mais significativo este ano”, previu.

Lupi enfatizou também o volume de vagas criadas de 2003 a julho deste ano, com base na Rais e no Caged. De acordo com o Ministério, foram 16.977.969 novas vagas formais. “Estamos chegando perto de 17 milhões de empregos”, considerou.

Agosto e setembro

O ministro previu que os próximos dois meses a serem divulgados pelo Caged serão melhores. “Agosto e setembro serão mais fortes. Tenho certeza absoluta de que agosto superará julho”, previu. Ele voltou a dizer que julho nunca é um mês que puxe o emprego para cima.

(Texto atualizado às 12h14)