Rio de Janeiro, 18 de fevereiro – Carro de som, discursos inflamados e ritmistas de uma escola de samba perturbaram a calma dos trabalhadores do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, nesta quinta-feira (18).
Ao meio-dia, os líderes das centrais sindicais desligaram o microfone e entraram para a audiência com o embaixador Agemar Sanctos, diretor de Relações Institucionais do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, que recebeu uma carta-denúncia contra a Nissan. A empresa global, que é patrocinadora oficial das Olimpíadas, é acusada de práticas antissindicais nos Estados Unidos.
Foram recebidos cordialmente, explicaram o motivo da manifestação e saíram da reunião com um novo encontro marcado para breve. A data será definida na próxima semana. Segundo os sindicalistas, o representante do comitê se comprometeu a falar com dirigentes da própria empresa para ajudar a resolver as denúncias feitas pelas centrais.
“A reunião foi muito produtiva, mas estamos preparados para fazer outras mobilizações até sermos ouvidos. Estaremos mobilizados o tempo que for necessário”, afirmou Ricardo Patah, presidente da UGT. Ele vai entregar uma cópia da carta-denúncia ao Ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto.
Dirigentes metalúrgicos e presidente da CNTM, Miguel Torres, fortalecem protesto
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, informa: “onde estará a tocha, estaremos lá”. A Nissan selecionará os candidatos a portadores da tocha olímpica, que serão avaliados pelo Comitê Olímpico.
Ao sair da reunião, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Valdir Freire Dias, afirmou que a solidariedade dos sindicatos brasileiros aos trabalhadores norte americanos já é uma mensagem clara para a Nissan de que a empresa precisa mudar suas práticas ou acabará sofrendo um desgaste da sua imagem.
A UAW (United Auto Workers), entidade sindical americana que representa os trabalhadores do setor automobilístico, e a IndustriALL Global Union, entidade mundial que representa 50 milhões de trabalhadores em 140 países, apoiaram a iniciativa das centrais sindicais brasileiras.
A montadora é acusada de promover uma agressiva e sistemática campanha antissindical na fábrica localizada na cidade Canton, no estado do Mississipi, nos Estados Unidos, com a finalidade de impedir que seus trabalhadores se organizem em um sindicato e, consequentemente, estejam habilitados a assinar um acordo coletivo.
A atitude da empresa é uma afronta ao Código Básico da iniciativa Ética Comercial, parte central do Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentável dos Jogos Olímpicos. As entidades sindicais brasileiras, apoiadas pelas estrangeiras, pedem ao comitê que enfrente esse problema e exija da multinacional um plano de ação corretiva de aplicação imediata. Caso a empresa seja inflexível e insista em descumprir os compromissos de responsabilidade social definidos para os patrocinadores, pede-se a remoção do patrocínio.
A IndustriALL e a UAW colocam-se à disposição do comitê organizador para trazer evidências e monitorar ativamente esse processo.
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