Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Com tensão, país deve buscar reformas, diz Fiesp

Estudo mostra que país está entre os menos competitivos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Diante dos sinais de que a crise financeira nos Estados Unidos deverá afetar o desempenho econômico do Brasil, o país precisa voltar a priorizar a realização de reformas estruturais para melhorar sua competitividade no mundo e evitar um contágio mais sério.

A conclusão é do diretor do Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho, que ontem apresentou o Índice Fiesp de Competitividade das Nações.

De acordo com o estudo, o Brasil está entre os seis países menos competitivos, ocupando a 38ª posição na lista das 43 nações que representam 90% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial.

O estudo -referente a 2006- leva em consideração 83 variáveis quantitativas, como carga tributária, “spread” bancário, gasto em pesquisa e desenvolvimento, crédito ao setor privado e educação.

A carga tributária no Brasil, por exemplo, equivalia a 34,1% do PIB, enquanto os impostos nos 11 países mais competitivos representavam 29,7% do PIB.

Já o “spread” médio anual no Brasil chegava a 28,5%, contra 2,6% nos países com maior índice de competitividade.

O gasto com educação no país chegava a 3,9% do PIB. Nos seus concorrentes mais fortes, a 4,9%.

“O Brasil está bem, pois pegou uma maré favorável. Mas, das reformas importantes, nós não fizemos nenhuma. Ocorre que não temos um projeto claro de desenvolvimento”, afirma Roriz.

Para ele, o Brasil deveria tomar a crise como oportunidade para melhorar sua posição no comércio global.

“Essa crise serve como um alerta. Teremos um cenário mais complicado, ela pode chegar mais forte. Se não fizermos nada a respeito, ficaremos mais vulneráveis.” (PAULO DE ARAUJO)