Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Com subsídio, geladeiras a R$ 500


Acordo com a indústria prevê fabricação de um modelo popular, para substituir geladeiras com mais de 10 anos

Lisandra Paraguassú e Márcia de Chiara

Apresentada como medida ambiental, o governo vai abrir o cofre para subsidiar a compra de geladeiras e turbinar a produção de produtos da chamada linha branca. Um acordo com a indústria de eletrodomésticos deverá resultar na fabricação de um modelo popular de refrigerador para substituir os aparelhos com mais de dez anos de uso, considerados poluentes e com alto consumo de energia. O novo modelo custará em torno de R$ 500. Hoje, um modelo básico sai por volta de R$ 800, já levando em conta o corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciado na semana passada.

A nova medida faz parte do programa de troca de geladeiras, que o governo pretende instituir nos próximos três meses.

“Já acertamos com os fabricantes, que farão uma redução nos seus custos porque se trata de uma venda intensiva. Vão fabricar um modelo especial, de excelente qualidade, mas de custo baixo. Quando se centraliza a produção num modelo, o custo cai”, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao sair de um encontro, ontem, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O programa de troca de geladeiras, criado no fim do ano passado, estava paralisado por conta da decisão de reduzir o IPI de eletrodomésticos de toda linha branca por três meses. A redução do IPI foi um estímulo para a retomada do crescimento da indústria.

O ministro disse ontem que o presidente Lula quer retomar a troca de geladeiras. A dúvida ainda é quando será iniciado. “Ou se faz agora, dentro de 15 dias, ou esperaremos período final do desconto do IPI para geladeiras de um modo geral”, disse o ministro. A decisão deverá ser tomada em dez dias.

O governo deve investir R$ 100 milhões ao ano em transporte das geladeiras antigas e em linhas de financiamento para permitir que a população compre os novos eletrodomésticos também com juros baixos. A ideia é ter linhas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

O governo estuda, ainda, reduzir o IPI e outros impostos desse modelo popular de geladeira, mas conta com o aumento do volume de vendas para beneficiar a indústria. “Já acertamos com os fabricantes, que farão uma redução nos seus custos porque se trata de uma venda intensiva”, disse o ministro.

O presidente da Associação Nacional de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, disse que o setor fica feliz porque o governo está preocupado com o programa de substituição de refrigeradores antigos pelos novos, com maior eficiência energética. “Mas não me lembro de ter discutido o valor do produto”, disse. Ele acrescenta que será possível fabricar um refrigerador por R$ 500 se o governo fizer uma renúncia fiscal maior.

A intenção do governo é fazer a troca de pelo menos 1 milhão de geladeiras antigas nos primeiros 12 meses, outros 2 milhões no segundo ano e 10 milhões ao longo de 10 anos. “Se conseguirmos recolher mais de 1 milhão no primeiro ano, recolheremos. Está em jogo a capacidade da indústria, da logística de recolher as geladeiras antigas”, disse o ministro.