Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Com queda da Bolsa, empresas começam a recomprar ações

CRISTIANE BARBIERI – DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos 12 empresas e instituições financeiras listadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) anunciaram nas últimas semanas programas de recompra de ações. São elas CSN, BM&FBovespa, Positivo Informática, IdeiasNet, Log-In, Cremer, BradesPar e os bancos Patagônia, Pine, ABC Brasil e Paraná.

Conforme os fatos relevantes divulgados, o objetivo da recompra é usar de forma eficiente os recursos disponíveis em caixa. Desde o início do ano, o Ibovespa (índice que mede, em pontos, a evolução média dos preços das ações mais negociadas na Bovespa) caiu 22%. Em setembro, a baixa foi de 11%.

Segundo especialistas, as empresas usam o recurso de recompra de ações quando consideram que a cotação de seus papéis não condiz com o que realmente valem. Assim, decidem investir em si mesmas.

“Na teoria econômica, chamamos isso de “signalling”, é a sinalização de que os controladores têm informações de que o valor de mercado está baixo e que preferem comprar e guardar as ações na tesouraria para vendê-las futuramente, gerando resultados aos próprios investidores”, afirma William Eid Junior, coordenador do centro de estudos em finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Apesar de ser encarada como uma forma artificial de melhorar a cotação dos papéis por alguns analistas, a prática é comum no mercado.

Recompras múltiplas

O Pine anunciou ontem que recomprará, até o dia 21, 1,2 milhão de ações do banco. O número é equivalente a cerca de 5% de suas ações em circulação no mercado. Desde o início de agosto, as ações do banco perderam 33% de seu valor.

A Cremer também pretende retirar 5% de seus papéis do mercado, em até um ano. O valor de suas ações caiu 20% desde agosto.

Já a CSN comprará pouco mais de 2% de seus papéis em circulação até o dia 29 de outubro. Eles perderam 35% de seu valor em dois meses, entre dia 1º de agosto e 30 de setembro.