Em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e Região Sul Fluminense, na manhã desta quarta-feira (13 de janeiro), a direção da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) anunciou o fim do processo de demissões, que atingiria cerca de 3 mil funcionários, e desistiu de transformar o turno ininterrupto de 6h em 8h.
A conquista deste acordo é fruto da mobilização dos trabalhadores, que cruzaram os braços a partir das 4h da manhã de hoje, e da ação do Sindicato da categoria, presidido por Silvio Campos; da CNTM, presidida por Miguel Torres, e da Federação dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, presidida por Francisco Dal Prá, que foram ao ministro do Trabalho, Miguel Rosseto, e ao governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que cobraram da empresa a abertura de negociação.
Segundo Sílvio Campos, poucas horas depois do início da paralisação, a empresa recebeu o Sindicato e uma comissão de trabalhadores e anunciou a suspensão das demissões. Campos alertou que a CSN havia oferecido garantia de emprego em troca da volta da jornada diária de 8h de trabalho. “A proposta oferecida retira direitos e isto não aceitamos”, disse o sindicalista.
Demissões Suspensas
Além da suspensão imediata das demissões, anunciadas em dezembro de 2015, os trabalhadores tiveram outra conquista importante. Os cerca de 700 já demitidos vão continuar no convênio médico até o fim do cumprimento do aviso prévio, que varia de 30 até 90 dias, mais R$ 700 de cartão-alimentação. “Isso ameniza os efeitos das demissões já efetivadas”, disse Campos.
Prioridade na contratação
A CSN também vai criar um criar um banco de dados dos demitidos e comprometeu-se a recontratá-los quando a situação da empresa melhorar. “Vamos continuar negociando com a empresa e ficar alertas com relação a mais demissões, tanto no setor de siderurgia como em outros setores”, ressaltou Sílvio, referindo-se a possíveis demissões em grandes empreiteiras da região.
O Sindicato Sul Fluminense teve total apoio da Força Sindical desde que a CSN anunciou as demissões, em dezembro passado.
“Demitir, por causa da crise no setor do aço, seria uma medida extrema. Por isto, foi fundamental a mobilizacão para evitar um caos econômico e social em Volta Redonda e região”, diz Miguel Torres.
Reunião com governador do RJ
Reunião com ministro do Trabalho e Emprego
Entrevista coletiva de Miguel Torres (vídeo)